“Por amor de Deus. Estão a gozar com os portugueses”, diz Gomes Ferreira

O comentador da SIC, José Gomes Ferreira, não compreende as declarações da ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, que pediu “resiliência” e defendeu que a origem dos incêndios está na falta de limpeza das florestas. Gomes Ferreira defende que a causa dos fogos está a montante destas questões. “A ministra continua com uma conversa infantil”, defendeu, num comentário moderado por Bento Rodrigues.

“Só não vê quem não quer. E não é só este poder político. PSD e CDS teimaram em não querer ver”, sustenta José Gomes Ferreira, que entende que a alta criminalidade na floresta é a origem do problema – ao contrário do que defende a ministra, que coloca o foco no desordenamento florestal e na falta de limpeza.

Para Gomes Ferreira, esses problemas ajudam na propagação de fogos, mas não o provocam. E o Governo deveria centrar o seu discurso na origem dos incêndios.

“A ministra continua com uma conversa infantil, de dizer que a culpa é dos cidadãos e dos proprietários que não limpam. Eles só não limpam porque não têm dinheiro e nem sequer mão de obra, no interior do país”, começa por dizer.

“Mesmo as florestas que estão limpas ardem”.

O comentador defende também que os pirómanos estudam as direções dos ventos. E por isso os incêndios evoluíram facilmente.

“Só não vê quem não quer. E como têm uma conceção errada, continuam a falar do ‘acontecido’”.

“Porque é que alguém quer que a floresta arda? Porque é que existe a utilização de madeira queimada e ninguém fiscaliza? Quem é que a está a utilizar? E a que preço? Porque é que aparecem pessoas a comprar terrenos a seguir a incêndios? Por amor de Deus. Estão a gozar com os portugueses”, pergunta.

Sobre as palavras de Constança Urbano de Sousa, que defendeu que “as comunidades têm de se tornar resilientes às catástrofes”.

“Não sei se entendo o que a ministra quer dizer com resiliência. Tu percebes?”, pergunta Bento Rodrigues, que também foi muito crítico, ao publicar um post a censurar a falta de férias da ministra.

“Acho que é uma expressão infeliz. Resilientes são as pessoas que vêem os seus familiares a morrer. Resilientes são as pessoas que tentam salvar o que é seu, sem bombeiros suficientes. E os bombeiros não têm culpa. Este tipo de conversa é um contrassenso”, defende José Gomes Ferreira.

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