Amor de Perdição: Tentam suicídio no Taj Mahal para ficarem juntos

Um par tentou suicidar-se no Taj Mahal, tendo sido encontrado numa poça de sangue. Tudo em nome de um amor de perdição: como não podem ficar juntos por serem de religiões diferentes, cada um cortou a própria garganta. Os jovens, ele hindu e ela muçulmana, estão em condição estável.

Um caso verídico ocorrido na Índia faz de imediato evocar o ‘Amor de Perdição’, de Camilo Castelo Branco. Ou, para quem preferir outro clássico, o ‘Romeu e Julieta’.

Um jovem par, como não podia ficar junto, optou pelo suicídio.

E o local escolhido para um gesto tão dramático só podia ser um: como os dois jovens são indianos, foram até ao Taj Mahal, o mausoléu que um imperador mandou erguer em memória da falecida esposa.

Os dois jovens são de religiões diferentes, pelo que as famílias não consentiam com a união: afinal, ele é hindu e ela é muçulmana.

De acordo com a polícia, o par foi encontrado numa poça de sangue, no interior do Taj Mahal, na tarde de quarta-feira.

“Um casal, um hindu e uma muçulmana, tentou suicidar-se no Taj Mahal. A jovem cortou a garganta e o rapaz fez o mesmo a seguir a ela”, revelou Aseem Chaudhary, da polícia de Agra.

Os jovens foram transportados para o hospital. Encontram-se, ainda segundo Aseem Chaudhary, em condição estável.

“Nós decidimos” optar pelo suicídio “depois de não conseguirmos encontrar outro meio de estarmos juntos”, revelou, ontem, o elemento masculino do casal apaixonado, Rajveer Singh.

Este jovem, tal como Shabnam, a amada, tentou “por todos os meios convencer” os familiares de ambos, mas “as barreiras religiosas ainda são um obstáculo enorme” no país, concluiu, em declarações ao The Times of India.

No país do Taj Mahal, o monumento ao amor mandado erguer em 1631 pelo imperador Shah Jahan depois da eposa, Mumtaz Mahal, ter morrido ao dar à luz, as relações entre elementos de religiões diferentes ou de castas diferentes ainda são consideradas “crimes de honra” para as famílias dos envolvidos.