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Ameaça: Texas processa agências que acolham refugiados vindos da Síria

O governador do Texas, Greg Abbott, deixou o aviso. O estado norte-americano vai avançar com processos judiciais contra as agências que aceitem mais refugiados sírios, contrariando as ordens já emanadas por Abbott.

“Se uma organização não cooperar com o estado do Texas, tal como obriga a lei federal, pode ter como resultado a rescisão do seu contrato com o estado, assim como outras ações legais”, avisou o comissário da Saúde, Chris Traylor, através de uma carta enviada à agência International Rescue Comittee.

Chris Traylor, responsável pelos programas do Texas para os refugiados, acrescentou que o estado “foi incapaz de cooperar” com a International Rescue Comittee devido ao facto desta agência ter insistido “na relocalização de alguns refugiados sírios num futuro próximo”.

Greg Abbott foi o líder dos mais de 30 governadores que, após os atentados em Paris, que causaram 130 mortos, anunciaram que os estados não acolheriam mais refugiados vindos da Síria, por considerarem que “qualquer” um deles pode constituir uma ameaça.

O Texas e os restantes estados alegam que podem vetar a instalação dos refugiados, mas o Governo federal fez saber, pelo Presidente Barack Obama, que esse ato violaria as leis federais.

A International Rescue Comittee, com sede em Nova Iorque, respondeu à carta de Chris Traylor lembrando, em comunicado, que o Texas “tem sido um local de acolhimento seguro para os refugiados mais vulneráveis do mundo” ao longo dos anos.

“A International Rescue Comittee espera que o Texas continue a honrar essa longa tradição e o seu compromisso com a Constituição dos Estados Unidos”, acrescentou.

A diretora da agência no Texas, Donna Duvin, já havia dito, na semana passada (antes de receber a carta), que a agência estava a trabalhar com as autoridades federais para relocalizar refugiados sírios no estado.

“Se tivermos de o fazer sem o apoio do estado, tentaremos encontrar outros recursos para que seja possível”, afirmou na altura.

O plano de Barack Obama para acolher 10 mil refugiados sírios durante o próximo ano acabou bloqueado no Congresso, que aprovou um projeto de lei, também após os atentados de Paris, com o apoio de republicanos e alguns democratas.

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