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Ameaça de Relvas à jornalista do Público esclarecida pela direção do jornal

miguel_relvas1A ameaça sobre a vida privada da jornalista, que Miguel Relvas terá feito, acabou por ser esclarecida pela direção do jornal Público, que acusa o ministro de ameaçar divulgar na Internet que Maria José Oliveira “vive com um homem de um partido da oposição”.

O caso da alegada ameaça do ministro Miguel Relvas à jornalista do Público conheceu um avanço, um dia depois de o membro do Governo ter negado que tenha exercido qualquer pressão sobre a jornalista daquele diário.

Hoje, a direção do Público esclarece todos os pormenores das ameaças do ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, no dia em que foi estabelecido o contacto entre a jornalista Maria José Oliveira e o membro do Governo, com o objetivo de questionar Relvas sobre as secretas.

Segundo o texto que o Público assina, a 16 de maio, durante a tarde, a editora de Política, Leonete Botelho, recebe um telefonema de Relvas, no qual o ministro acusa a jornalista que seguia o assunto das secretas de fazer perguntas “pidescas”.

Miguel Relvas revelou à editora que se sentia “perseguido” pelo Público e avisou o jornal de que iria apresentar uma queixa na Justiça e outra na Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC). Mas as ameaças de Relvas entraram no campo da vida privada: o Público garante que o membro do Governo ameaçou “divulgar na Internet que a autora da notícia vive com um homem de um partido da oposição, nomeando o partido”.

O Público, neste esclarecimento, não avança mais dados sobre a ameaça que recaiu sobre a jornalista Maria José Oliveira, mas publica as notícias sobre Relvas, com algumas declarações contraditórias, na audição no Parlamento.

Ontem, Bárbara Reis, diretora do Público, reiterou que Miguel Relvas fez pressão sobre o jornal. “Nós viemos aqui [audição na ERC] reiterar que o ministro fez pressão sobre o Público. Na sequência dessa pressão, entendemos que deveríamos protestar e denunciar a situação, contra essa pressão inaceitável. Após o nosso protesto, o ministro pediu desculpa”, revelou a diretora do Público, à saída da audição na ERC.

Bárbara Reis, que falava aos jornalistas, adiantou ainda que a alegada tentativa do ministro Miguel Relvas condicionar o jornal não teve qualquer efeito prático: “Nunca nos intimidámos com pressão”.

O facto de a notícia em causa não ter sido publicada pelo jornal é justificada com a ausência de dados novos, argumento que a direção do jornal Público já apresentara, quando denunciou o comportamento do ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares.

Também Relvas foi ouvido na ERC, para esclarecer o mesmo assunto. E em declarações aos jornalistas, o ministro passou ao ataque, devolvendo a acusação de pressões à jornalista do Público. O ministro considerou que foi pressionado a dar “uma resposta em 32 minutos”, sobre um tema que “não exigia urgência”, por não se tratar da “atualidade” mediática.

Miguel Relvas sustentou ainda que no dia anterior estivera no Parlamento, disponível para responder a qualquer questão, e que a abordagem da jornalista o fez sentir-se “pressionado”.

Esta exigência feita pela jornalista – segundo Relvas – é que suscitou uma reação do ministro. “Eu não pressionei, mas insurgi junto da editora do Público. Nou houve qualquer tipo de pressão sobre o Público”, acrescenta Miguel Relvas, que assegura também que não foi feita qualquer ameaça à jornalista.

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