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Ameaça a deputados e ativistas “é uma ameaça à própria democracia”

A ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, repudia as ameaças feitas a deputadas e ativistas, considerando que esses atos representam “uma ameaça à própria democracia”. Em causa, um email endereçado ao SOS Racismo, que já mereceu a condenação de Ferro Rodrigues.

As deputadas Mariana Mortágua, Beatriz Gomes Dias (Bloco de Esquerda) e Joacine Katar Moreira (não inscrita) foram visadas num email que continha ameaças.

Esse email, enviado ao SOS Racismo, também visava o dirigente dessa associação, Mamadou Ba, bem como Jonathan Costa, da Frente Unitária Anti-Fascista, num total de 10 cidadãos.

A ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, repudia esse ato e considera que a ameaça a deputadas e a “dirigentes de uma associação de defesa de direitos humanos, de uma associação antirracista neste caso, é uma ameaça à própria democracia”.

Nesse sentido, considera, “o Governo repudia qualquer ameaça desta natureza e solidariza-se com todos os atingidos”, disse a ministra, em conferência de imprensa, no final da reunião do Conselho de Ministros, Lisboa

“A tentativa de condicionamento político de representantes eleitos é crime. É como crime que deve ser tratado e é como crime que está a ser tratado”.

“As autoridades responsáveis estão a fazer essa investigação e também as entidades responsáveis pela avaliação de risco que estes representantes de órgãos de soberania têm também está a ser avaliada, como é feito sempre nestes casos”, prosseguiu Mariana Vieira da Silva.

A ministra considera que está a ocorrer em diversos países “um aumento, a um agravamento do discurso de ódio, da coação e das ameaças”.

Nesse sentido, prossegue, ” “todos os democratas têm o dever de se indignar e de fazerem tudo o que puderem fazer para controlar este nível elevadíssimo de ameaças”.

A mensagem de correio eletrónica – que já suscitou o repúdio do presidente da Assembleia da República – foi enviada na terça-feira, a partir de um endereço criado num site de emails temporários.

O destinatário foi o SOS Racismo, sendo o email assinado por ‘Nova Ordem de Avis – Resistência Nacional’, a mesma designação de um grupo que reclamou, na rede social Facebook, ter realizado, de cara tapada e tochas, uma “vigília em honra das forças de segurança” em frente às instalações da SOS Racismo, em Lisboa, e que um dos dirigentes desta associação, Mamadou Ba, classificou como “terrorismo político”.

“Informamos que foi atribuído um prazo de 48 horas para os dirigentes antifascistas e antirracistas incluídos nesta lista, para rescindirem das suas funções políticas e deixarem o território português”, refere o ‘email, a que a agência Lusa teve acesso.

Na mensagem garante-se que, caso o o prazo seja ultrapassado, serão tomadas “medidas contra estes dirigentes e os seus familiares, de forma a garantir a segurança do povo português”.

“O mês de agosto será o mês do reerguer nacionalista”, aponta ainda a mensagem de correio eletrónico.

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