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Amazónia: Bolsonaro lamenta ter sido chamado de mentiroso por Macron

O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, disse hoje lamentar as declarações do chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, que o chamou de mentiroso na sequência da polémica relacionada com os incêndios na Amazónia.

“Lamento a posição de um chefe de Estado, como o da França, de se dirigir ao PR [Presidente da República] brasileiro como mentiroso. Não somos nós que divulgamos fotos do século passado para potencializar o ódio contra o Brasil por mera vaidade. O nosso país, verde e amarelo, mora no coração de todo o mundo”, escreveu Bolsonaro na rede social Twitter.

“Como chefe de uma das maiores democracias do mundo, desejo ao povo francês paz e felicidades!”, acrescentou Jair Bolsonaro noutra publicação na mesma rede social.

Emmanuel Macron manifestou na quinta-feira preocupação com os fogos florestais que estão a devastar a Amazónia, a maior floresta tropical do planeta, evocando uma “crise internacional” e pedindo aos países industrializados do G7 “para falarem desta emergência” na cimeira que os reúne este fim de semana em Biarritz (sudoeste de França).

Bolsonaro respondeu acusando o homólogo francês de ter “uma mentalidade colonialista descabida” ao “instrumentalizar” o assunto propondo que “assuntos amazónicos sejam discutidos no G7, sem a participação dos países da região”.

Hoje, o Presidente francês acusou Bolsonaro de mentir em matéria de compromissos ambientais e anunciou que, nestas condições, a França vai votar contra o acordo de comércio livre entre a União Europeia e o Mercosul.

“Tendo em conta a atitude do Brasil nas últimas semanas, o Presidente da República não pode senão constatar que o Presidente Bolsonaro lhe mentiu na Cimeira de Osaka”, afirmou a Presidência francesa, referindo-se à Cimeira do G20 que se realizou no final de junho.

“O Presidente Bolsonaro decidiu não respeitar os compromissos ambientais e não se empenhar em matéria de biodiversidade. Nestas condições, a França opõe-se ao acordo com o Mercosul tal como está”, acrescentou.

O acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercado Comum do Sul (Mercosul), integrado pelo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, foi fechado em 28 de junho, depois de 20 anos de negociações.

O pacto abrange um universo de 740 milhões de consumidores, que representam um quarto da riqueza mundial.

O número de incêndios no Brasil aumentou 83 por cento este ano, em comparação com o período homólogo de 2018, com 72.953 focos registados até 19 de agosto, sendo a Amazónia a região mais afetada.

A Amazónia é a maior floresta tropical do mundo e possui a maior biodiversidade registada numa área do planeta.

Tem cerca de 5,5 milhões de quilómetros quadrados e inclui territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (pertencente à França).

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) brasileiro anunciou que a desflorestação da Amazónia aumentou 278 por cento em julho, em relação ao mesmo mês de 2018.

Lusa

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Lusa

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