O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, criticou a “preguiça política” dos governos da última década, aponta “grande desorientação” da UE e “irresponsabilidade da gestão” do projeto europeu. “O país não tem mais oportunidades”, lembrou Amado.
O ex-ministro do Governo de José Sócrates participava numa conferência organizada pelos deputados socialistas. Luís Amado traçou um quadro negro, apelou à responsabilidade do Governo e da oposição, falando do momento europeu.
“A realidade europeia é complexa e controversa, de grande desorientação e muita incompetência. A gestão do projeto europeu é feita com alguma irresponsabilidade”, sublinhou Amado.
O anterior titular da pasta dos Negócios Estrangeiros recordou que Portugal tem de conseguir sobreviver a esta crise. “O país não tem mais nenhuma oportunidade e a responsabilidade é do Governo e da oposição”, disse.
Quando um país está numa “situação de risco de insolvência”, tem um problema de “médio e longo prazo”. Segundo Luís Amado, “se não houver responsabilidade, relativamente aos compromissos, esse problema afeta a liquidez de curto prazo”.
António José Seguro, que também participava na conferência, sugeriu uma “nova atitude” política, lamentando “decisões do passado” que colocaram o país na atual situação. José Sócrates nunca foi citado, mas foi alvo da maioria das críticas apontadas.