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Alzheimer pode ser detetado muito antes de se revelar

Pesquisa da Faculdade de Medicina de Harvard conclui que é possível determinar as probabilidades de uma pessoa saudável vir a padecer de Alzheimer. Análises ao cérebro permitem criar grupos de risco e antever o problema pelo menos 10 anos antes de o mesmo se revelar.

Os cientistas descobriram que há sinais precoces que se revelam no cérebro, potenciais indicadores de que uma pessoa tem maiores ou menores probabilidades de desenvolver a doença. A principal conclusão é esta: a doença de Alzheimer pode ser detetada 10 anos antes de se manifestar.

A experiência consistiu no acompanhamento de pessoas saudáveis, que foram, ao longo de 11 anos, sujeitas a diversas ressonâncias magnéticas para analisar as zonas do cérebro normalmente mais afetadas pela doença. Estes voluntários não apresentavam qualquer sinal de Alzheimer, ou, sequer, problemas de falta de memória.

Os investigadores recolheram centenas de resultados, que posteriormente foram comparados com exames outras pessoas que vieram a sofrer de Alzheimer. E puderam verificar que algumas áreas do cérebro encolheram, muito antes dos voluntários padecerem do problema.

Ou seja, foi possível perceber alterações no cérebro de uma pessoa saudável, o que abre caminho a uma antecipação muito prematura das probabilidades de a doença se desenvolver, num futuro longínquo.

Por exemplo, mais de metade dos voluntários com um córtex menor acabaram por sofrer de Alzheimer. Apesar dos resultados deste estudo publicado na revista Neurology serem ainda preliminares, certo é que está aberto o caminho para um novo patamar da investigação, que permitirá definir grupos de risco.

A investigação vai entrar agora noutro capítulo: aumentar a amostra e analisar um grupo de pessoas com maior dimensão. Alzheimer é uma doença degenerativa e incurável, apesar de poder ser minimizada com tratamento. Em Portugal, é a principal causa de demência em pessoas com idade superior a 60 anos.

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