O director-executivo da associação Alzheimer Portugal, António Costa, explica a realidade portuguesa e critica o Estado por não se recordar dos doentes que perdem a memória.
“Não se ouve falar da doença nos discursos oficiais da saúde e continuamos à espera de uma rede de cuidados continuados adequados às demências, que se vai anunciando repetidas vezes, mas que não foi ainda criada”, lamenta António Costa, em declarações à agência Lusa.
Faltam infra-estruturas de apoio ao tratamento para fazer frente a um problema de saúde grave e falta também uma “política de medicação comparticipada”, que impeça que as dificuldades económicas coloquem em causa o acesso aos medicamentos.
Segundo António Costa, dos planos municipais de apoio à terceira idade, na medida em que “os autarcas estão mais sensíveis à realidade da doença do que o poder central”. Nesse sentido, fazem todo o sentido programas municipais de apoio à terceira idade, uma vez que há pessoas com Alzheimer que são tratadas por filhos já idosos.
Em 2010, a Alzheimer Portugal deu formação a mais de 3000 pessoas, responsáveis pelo apoio a doentes. Segundo as mais recentes estimativas, há em Portugal cerca de 90 mil pessoas que padecem da doença. Nesta terça-feira, assinala-se o Dia Mundial da Pessoa com Doença de Alzheimer.
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