Nas Notícias

Alzheimer e envelhecimento cerebral associados à produção desregulada de moléculas mensageiras

Um estudo do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC), coordenado pela investigadora Ana Ledo, evidencia que a Doença de Alzheimer apresenta uma produção desregulada de moléculas mensageiras, o que pode, em último caso, comprometer a produção de energia no cérebro. Este trabalho mereceu honras de publicação na revista científica Neurobiology of Aging.

O estudo foi financiado pelo FEDER, QREN – Programa Operacional Regional do Centro 2007-2013, com o apoio do Mais Centro e da União Europeia e Programa Operacional Fatores de Competitividade via Fundação para a Ciência e Tecnologia.

A investigação, publicada na revista científica Neurobiology of Aging, sugere que na Doença de Alzheimer a comunicação entre neurónios, através das sinapses, apresenta falhas caraterizadas pela redução da produção de um mensageiro químico especial que, ao contrário dos mensageiros clássicos, se move entre as células de modo muito rápido.

“A produção do mensageiro químico óxido nítrico apresenta na Doença de Alzheimer alterações muito diferentes das registadas num envelhecimento normal. Para além de comprometer a comunicação entre células, estas alterações poderão diminuir a capacidade das células produzirem energia para suportar o funcionamento regular do cérebro”, explica Ana Ledo.

O óxido nítrico, uma molécula muito simples constituída apenas por dois átomos, é essencial à formação de memória e à aprendizagem no hipocampo, zona cerebral estudada pelo grupo de investigação. Contudo, a desregulação na sua produção, acompanhada da geração de outras espécies químicas com as quais o óxido nítrico pode reagir, pode induzir alterações moleculares e celulares que estão associados aos mecanismos de morte celular na Doença de Alzheimer. Os papéis “positivos” ou “negativos” do óxido nítrico dependem, assim, da sua concentração nos tecidos cerebrais, entre outros aspetos.

Numa primeira fase da patologia o óxido nítrico é produzido em grandes quantidades num local específico do hipocampo, de modo a compensar as falhas de comunicação entre neurónios. A progressão da doença é associada no entanto a uma redução do óxido nítrico disponível para mediar o processo de comunicação, que se poderá explicar em parte pelo desvio da sua bioatividade. Neste contexto, o óxido nítrico reage dentro das células, produzindo-se moléculas com potencial tóxico.

A investigadora defende que «um melhor conhecimento dos processos bioquímicos, moleculares e celulares subjacentes ao desenvolvimento da doença de Alzheimer permite desenhar novas estratégias terapêuticas, no sentido de travar a progressão da doença ou reverter os seus sintomas».

A investigação foi realizada num modelo animal da doença de Alzheimer que desenvolve, ao longo da sua vida, características da doença semelhantes às observadas no ser humano. A evolução da patologia foi investigada através da observação do tecido do hipocampo de animais jovens, de meia-idade e idosos.

Redação

Partilhar
Publicado por
Redação

Artigos relacionados

Mover-se (bem) pela saúde do aparelho locomotor

Enveredar pela jornada de perda de peso, quando o objetivo é combater quadros de excesso…

há % dias

Números do Euromilhões: Chave de terça-feira, 14 de maio de 2024

Conheça os resultados do sorteio do Euromilhões. Veja os números do Euromilhões de 14 de…

há % dias

15 de maio, nasce Humberto Delgado, o ‘General sem Medo’

Hoje é dia de recordar Humberto Delgado, militar português da Força Aérea, um dos grandes…

há % dias

Euro Dreams resultados: Chave do EuroDreams de segunda-feira

Euro Dreams Resultados Portugal: A mais recente chave do EuroDreams é revelada hoje. Conheça os…

há % dias

14 de maio, morrem Frank Sinatra e B.B. King

A morte do eterno Frank Sinatra é assinalada hoje, data em que, em 1998, parte…

há % dias

Estudo sugere que bactérias sobrevivem em meio hospitalar através da degradação de plásticos

Um estudo liderado pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) sugere…

há % dias