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Ajuda financeira a Moçambique só se houver mais esclarecimentos, diz FMI

O diretor do departamento africano do Fundo Monetário Internacional (FMI) disse hoje que, sem esclarecimentos adicionais por parte de Moçambique relativamente aos recursos emprestados às empresas públicas, o Fundo não dará ajuda financeira ao país.

“Precisamos de uma clarificação sobre os recursos emprestados antes de nos envolvermos num programa [financeiro]”, respondeu Abebe Aemro Selassie quando questionado pela Lusa sobre se o Fundo pode emprestar ao país, dado estar com uma dívida insustentável à luz dos critérios do Fundo.

“Dado estarem com dificuldade em servir [cumprir pagamento de encargos com] a dívida, estão com uma dívida problemática, não está numa trajetória sustentável”, acrescentou Selassie no final da conferência de imprensa de apresentação das perspetivas económicas para a África subsariana, que hoje decorreu em Washington, nos Encontros da Primavera.

“Como todos os membros do FMI, Moçambique está elegível para uma discussão, mas não há um pedido; o que dizemos é que precisamos de clarificação sobre os recursos emprestados antes de nos envolvermos num programa [financeiro]”, salientou.

Selassie disse não ter informação nova sobre os contornos das negociações entre o Governo e os credores, nem sobre as investigações judiciais em curso no país.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima, nas previsões divulgadas esta semana, que a dívida pública de Moçambique continue a subir até 2022, ano em que representará 130,3 por cento do PIB do país, para depois descer para 112,5 por cento no ano seguinte.

De acordo com as previsões do ‘Fiscal Monitor’, apresentadas esta tarde em Washington, Moçambique é um dos seis países da África subsariana com uma dívida insustentável, para além do Senegal, Zâmbia e Costa do Marfim, entre outros.

O FMI prevê que a dívida pública moçambicana continue a subir até 2022, passando de 110,1 por cento do PIB este ano, para 116,6 por cento em 2019 e 122,1 por cento em 2020.

A dívida pública moçambicana continuará uma trajetória ascendente em 2021, chegando a 126,7 por cento do PIB, e também em 2022, ano em que representará 130,3 por cento do PIB, antes de descer para 112,5 por cento do PIB no ano seguinte.

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