Airbag pode provocar lesões cardíacas graves, ocultas nos exames após o acidente

Um estudo lança um alerta para os cardiologistas, no sentido de averiguarem lesões cardíacas provocadas pelo airbag frontal do automóvel. Essas mazelas podem estar ocultas, quando as vítimas se apresentam no hospital. O cinto de segurança pode evitá-las, realça a pesquisa, que foi publicada no Canadian Journal of Cardiology.

O airbag salva milhões de vidas em todo o mundo, mas deve suscitar a atenção dos profissionais de saúde, cardiologistas e não só, segundo um estudo agora divulgado, que avalia os efeitos do impacto do airbag na região torácica.

O estudo – publicado no Canadian Journal of Cardiology, uma publicação canadiana sobre cardiologia – alerta para as “lesões cardíacas ocultas”, que são provocadas pelo impacto do airbag, após um acidente de automóveis.

Entre essas lesões estão o enfarte do miocárdio, dissecção da artéria aorta, ruptura do átrio direito, mazelas nas válvulas cardíacas, tamponamento cardíaco, ou o chamado “hemopericárdio”, uma acumulação sanguínea na membrana que envolve o coração.

“Depois do sistema de abertura do airbag ser ativado, podem ocorrer lesões cardíacas. E muitas vezes os pacientes acompanhados no hospital após um acidente não apresentam quaisquer mazelas visíveis. Estas lesões, por vezes graves, devem ser consideradas”, realça Rami Khouzam, investigador da University of Tennessee Health Science Center, localizada em Memphis (EUA).

Assim, quando se deparam com vítimas de acidentes de viação, os cardiologistas e profissionais de saúde devem ter em conta o facto de os exames protocolados não serem, por vezes, suficientes para verificar as verdadeiras extensões de lesões.

Contudo, os condutores e passageiros poderão evitar estes problemas, já que o cinto de segurança, de acordo com o estudo, reduz os efeitos do impacto do airbag na região torácica.

Rami Khouzam destaca que os passageiros, “quando se sentam a uma distância inferior a 25 centímetros” do airbag, estão sujeitos a um impacto forte e por vezes fatal. Os riscos de lesões por vezes ocultas aumentam, pelo que o cinto de segurança deve ser sempre utilizado.