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Ainda se lembra? Confira 10 programas inesquecíveis da televisão portuguesa

A televisão é uma companhia que funciona como uma janela para o mundo. E se hoje são muitos os canais e a escolha é enorme, nem sempre foi assim. Há algumas décadas atrás, nem havia sequer televisão. E quando passou a existir, na altura a RTP, a verdade é que nem toda a gente tinha capacidade financeira para adquirir uma.

Assim, eram os cafés, por exemplo, que acolhiam grande parte da população que queria assistir a programas de televisão e às notícias. Os comandos à distância ainda não estavam descobertos e era manualmente que se sintonizava o sinal de televisão que chegava através de uma antena que era colocada nos telhados dos edifícios. E a imagem era a preto e branco. Aos poucos, foi ganhando cor.

Aos poucos, o mundo foi andando e a tecnologia evoluindo, ao ponto de hoje ser até possível interferir diretamente com as emissões televisivas através da participação das pessoas via telefone ou na plateia de programas.

A televisão está diferente e não faltam conteúdos novos ou outros reciclados que tentam captar as massas para as audiências. Uns marcam, captam e ficam na memória, outros nem por isso.

De talk-shows a reality-shows, de concursos a programas de investigação, a variedade tem sido muita na caixa que mudou o mundo.

Frequentemente surgem sucessos na programação que marcam a história, como alguns programas que preenchem para sempre o imaginário. Conheça ou recorde 10 programas emblemáticos na história da televisão portuguesa, sendo certo que nem todos podem entrar nesta lista, pois serão muitos mais que marcam a vida de Portugal de alguma forma.

1 – O Preço Certo, RTP

É campeão de audiências antes do Telejornal da RTP e a concorrência tenta mas a história faz-se de uma liderança magnânima do programa apresentado por Fernando Mendes.

Na década de 90, o programa foi inicialmente apresentado por Carlos Cruz e Nicolau Breyner também por lá passou. António Macedo era a voz-off do concurso que, em 2002, voltou para a emissão após vários anos fora do ecrã.

Numa altura em que a moeda euro entrava em circulação, a direção de programas da RTP entendia que este seria um formato ideal para ajudar os portugueses a se habituarem à nova moeda.

Sob o nome de “O Preço Certo em Euros” e apresentado por Jorge Gabriel, Miguel Vital era a voz-off, continuando ainda hoje a sê-lo sob a batuta de Fernando Mendes que é a cara de um programa para miúdos e graúdos que dá pelo nome simplesmente “O Preço Certo”.

“Xéétaculo” é uma das frases míticas de Fernando Mendes, num programa que marca a história da TV em Portugal.

2 – Zip Zip, RTP

É inegável o sucesso e a importância histórica que Zip Zip têm no panorama da televisão em Portugal. Estreado em 1969, ainda no tempo da ditadura, o programa durou pouco tempo mas revelou-se de extrema importância para abrir consciências.

Apresentado por Fialho Gouveia, Raúl Solnado e Carlos Cruz, Zip Zip abria as portas do Teatro Villaret para que as pessoas pudessem assistir. Foi uma ‘lufada de ar fresco’ naquela altura.

3 – Jogos Sem Fronteiras, RTP

Os Jogos Sem Fronteiras deram muitas alegrias a Portugal numa altura em que o país não era, por exemplo, presença frequentes em grandes torneios desportivos como o futebol.

O programa colocava em confronto concorrentes em equipas que representavam vários países. É um dos sucessos de audiência e contava com a apresentação de vários apresentadores europeus. Em Portugal, a responsabilidade foi dada a Fialho Gouveia e Eládio Clímaco.

O programa, que foi pensado em 1963, estreou em Portugal em 1979 e esteve três anos na emissão. Depois, só voltaria a estar na grelha em 1988, tendo permanecido até 1998.

Portugal é dos países com mais vitórias no concurso onde os concorrentes eram desafios a ultrapassar provas em piscinas, insufláveis ou corridas. O programa tinha muita cor e deu cor à vida de muita gente.

4 – Big Brother, TVI

O ano 2000 foi um ano marcante na televisão em Portugal pois deu-se a estreia de um formato que ainda hoje tem edições mais ou menos polémicas e que envolvem os espectadores.

Aposta da TVI, Big Brother foi um formato que deu a liderança nas audiências à segunda estação de televisão privada em Portugal.

Os concorrentes que ficaram fechados numa casa que era vigiada 24 horas por dia, com câmaras por todo o lado, ultrapassaram desafios, alcançaram vitórias e somaram também derrotas.

Ainda hoje ninguém esquece Zé Maria, o popular concorrente de Barrancos que gostava de cuidar das galinhas, ou Marco, ele que foi autor de um ato de violência que ditou a sua saída da casa. Nesse dia, a TVI abriu o Jornal Nacional com essa informação.

Duas décadas passaram e já muitas edições foram para o ar com gente famosa e outros anónimos de um formato que revelou Teresa Guilherme como a ‘tia’ dos reality-shows.

5 – Big Show SIC, SIC

O Big Show SIC descrevia-se como a “TV em movimento”. Apresentado por João Baião, o ritmo frenético era uma constante com o apresentador a receber artistas populares entre os convidados e com uma forte presença de público na plateia.

Exibido entre março de 1995 e junho de 2001, Big Show SIC tinha 3 horas de emoção e além de João Baião também o Macaco Adriano ficaram famosos.

Big Show SIC foi um sucesso de audiências e os sábados à noite eram uma verdadeira ‘febre’.

A dado momento o formato passou a ser emitido aos domingos de tarde, mas sem o impacto que teve nas noites de sábado na SIC.

6 – Alta Definição, SIC

“O que dizem os teus olhos?”. Se hoje alguém lhe fizer esta pergunta rapidamente se vai lembrar de Daniel Oliveira. O diretor da SIC e apresentador tem a patente de uma das frases mais míticas da televisão em Portugal.

A última pergunta é regimentar no Alta Definição onde os convidados falam de várias passagens das suas vidas, de experiências mais ou menos marcantes.

“Estou como sou”. É assim que todos os convidados se apresentam na conversa com Daniel Oliveira que recebeu políticos, atores, apresentadores, comediantes, futebolistas e outros desportistas, gente mais ou menos famosa de Portugal.

O Alta Definição é um programa sob a base de uma entrevista intimista, biográfica que é emitido sempre aos sábados depois do Primeiro Jornal da SIC.

7 – Os Malucos do Riso

Os Malucos do Riso foram um programa de diversão à base sitcom que a SIC teve no ar durante muitos anos e que celebrizou figuras da televisão como Camacho Costa ou Guilherme Leite com as suas míticas personagens que contavam curtas piadas.

As gargalhadas eram constantes em vários cenários como a prisão, o tribunal, a oficina, o cabeleireiro, o hospital ou até uma trincheira, entre outros cenários.

Alguns personagens e as suas frases ficaram célebres como, por exemplo, Lello da Purificação, protagonizado por Camacho Costa, e a emblemática frase “ai, Sr. Doutor Juiz…” ou “cabecinha pensadora!” de Guilherme Leite, sem esquecer o “isto é que vai p’ra aqui uma açorda, hein?”.

Não consta que Os Malucos do Riso tenham sido um produto “importado diretamente da Tailândia”, mas entrou “no local certo, na hora exata, no momento oportuno”.

O programa foi remédio para as tristezas. “Quer um produto químico, natural, ou assim-assim?”, assim se perguntava na farmácia de Os Malucos do Riso.

8 – Batatoon, TVI

O Batatoon foi um sucesso na televisão portuguesa e ainda hoje alimenta a dúvida de uma geração. Batatinha e Companhia, os palhaços do programa, zangaram-se na emissão?

“Comando na mão, carrega no botão!” era a frase mítica do programa que entretinha as crianças numa altura em que a televisão só oferecia quatro canais e não existiam canais temáticos para animar os mais pequenos.

Ficaram célebres os personagens o Microgaitas, o Comando, o Sapo Xixi e o Honório Finório.

O sucesso foi tal que o programa, inicialmente pensado para a altura de Natal, acabou por ser estendido para a grelha durante o ano.

9 – Roda dos Milhões, SIC

Exibido pela SIC entre 1998 e 2001 na SIC, Roda dos Milhões é tido como um dos programas mais impactantes da história da televisão em Portugal pois permitiu perceber que era possível manter os espectadores fixados na emissão mesmo quando o programa ia para intervalo. E a culpa foi do Dot.

Foi na Roda dos Milhões que o Dot fez sucesso. Numa altura em que a internet estava pouco disseminada no território, o conhecido boneco de cartão, oferecido juntamente com compras em algumas superfícies comerciais, prometia prémios tinha apenas um desafio. As pessoas tinham de colocar o dístico de seu nome Dot na televisão. E não poderiam mudar de canal, sob pena de o Dot deixar de fazer efeito para conseguir vencer o prémio.

Apresentado por Jorge Gabriel, tendo passado também pelas mãos de Fátima Lopes e Mila Ferreira, o programa tinha jogos, música e passatempos, sendo usado para divulgar os resultados de concursos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa como Lotaria e o Loto 2. O Euromilhões ainda não tinha chegado a Portugal.

A plateia poderia ganhar prémios, sendo um automóvel o aliciante maior da emissão que durante os anos em que esteve no ar permitiu receber estrelas nacionais e internacionais, da música, por exemplo, mas também de outras áreas.

10 – Natal dos Hospitais, RTP

É um programa que marca a história da televisão pública e mesmo da televisão portuguesa. O Natal dos Hospitais vai para o ar há décadas numa parceria da RTP com a Philips e o Diário de Notícias.

O programa leva aos hospitais, numa quinta-feira de dezembro, artistas da música, do teatro, figuras do jornalismo ou desportistas que animam a manhã e a tarde dos doentes que recebem vários apresentadores em vários hospitais do país em emissão permanente durante horas.

Inicialmente, foi Henrique Mendes a apresentar o Natal dos Hospitais que ainda hoje é um clássico da televisão, contando sempre com o Coro de Santo Amaro de Oeiras a cantar a mítica música “Um Feliz Natal”.

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