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Ainda há deputados que votam contra a opinião do partido

O projeto Hemiciclo, desenvolvido por dois cidadãos que pretendem um escrutínio mais apurado sobre o Parlamento, apresenta uma grande novidade na política portuguesa: o top dos desalinhados. Acredite, ainda há deputados que votam contra os colegas de partido.

Não são situações inéditas, mas raramente chegam ao conhecimento dos eleitores. Há vozes que discordam do hemiciclo da Assembleia da República e acabam silenciadas pelos berros dos líderes partidários, muito mais interessados em propagar o ‘sound bite’ do que em discutir a dissonância interna. E assim perdura a ideia, na ‘sociedade civil’, de que os ‘malandros’ vão para lá sentar-se nas filas de trás e só se levantam quando os mandam…

Não é assim. O site Hemiciclo.pt lista o “Top desalinhados”, ordenando “os deputados que em maior número de vezes votaram de forma distinta do sentido de voto indicado pelo seu grupo parlamentar”.

E à cabeça aparecem destacados três membros da bancada do PS, seguidos por dois do PSD. Aliás, é preciso descer até ao 20.º lugar para encontrar um ‘dissidente’ que não seja do Bloco Central… É João de Almeida, que ousou votar 15 vezes de forma distinta do CDS.

A campeã, pela margem mínima de um voto, é Isabel Santos. Logo atrás surge o colega socialista Paulo Trigo Pereira, numa luta titânica: ela contrariou a generalidade da bancada socialista em 32 votações, ele em 31.

São duas figuras bem conhecidas entre os pares. Isabel Santos, ex-governadora civil do Porto, cumpre o terceiro mandato na Assembleia da República. Já Paulo Trigo Pereira pode ser um estreante no Parlamento, mas é uma voz ouvida atentamente pelo PS na discussão das matérias económicas, sendo vice-presidente da Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa.

Depois de Helena Roseta, com 27 posições diferentes à do PS, surgem então os sociais-democratas Rubina Berardo e Paula Teixeira da Cruz, empatadas nas 22 vezes em que não coincidiram com a posição do PSD.

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