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AIE prevê excesso de oferta de petróleo pelo menos até 2020

A Agência Internacional de Energia (AIE) defendeu hoje que o excesso de oferta de petróleo, que baixou os preços apesar das tensões geopolíticas, vai prolongar-se pelo menos até 2020.

No relatório mensal sobre o mercado petrolífero publicado hoje, a AIE considera que o excesso de oferta não vai ser absorvido rapidamente apesar dos cortes da produção acertados pela OPEP (Organização de Países Exportadores de Petróleo) e os 10 aliados liderados pela Rússia.

Segundo a AIE, a principal razão é que os outros produtores, liderados pelos Estados Unidos, vão produzir dois milhões de barris diários adicionais este ano e outros 2,1 milhões em 2020.

A agência indicou que nos últimos quatro meses a OPEP e os seus aliados diminuíram as suas extrações em mais de 1,2 milhões de barris por dia, que era o montante acordado, e o Irão perdeu 500.000 barris diários devido às sanções dos Estados Unidos.

Apesar de tudo, a produção global aumentou em 500.000 barris diários naquele período graças ao acréscimo da produção dos Estados Unidos e do Brasil e dos biocombustíveis.

Em junho, a produção chegou aos 100 milhões de barris diários pela primeira vez desde janeiro, devido a um acréscimo de 300.000 em relação ao mês anterior, e depois da OPEP ter reduzido a produção para 29,9 milhões, menos 90.000.

Pelo lado da oferta, a AIE reiterou a previsão para 2019, quando espera um aumento de 1,2 milhões de barris diários para uma média de 100,3 milhões de barris.

Em relação à oferta em 2020, a AIE reviu em baixa ligeira, prevendo uma subida de 1,4 milhões de barris diários até 101,7 milhões, menos 100.000 do que o previsto em junho.

O excesso de oferta no primeiro trimestre deste ano foi de 900.000 barris por dia e os últimos dados da AIE apontam para que este se tenha cifrado em 500.000 no segundo trimestre, quando as previsões referiam um défice de 500.000.

Estes excedentes juntam-se às “enormes reservas” que se constituíram na segunda metade de 2018, uma tendência que não parece deter-se.

Em maio, as reservas comerciais dos países da OCDE aumentaram em 22,8 milhões para 2.906 milhões de barris, o que significa 6,7 milhões acima da média dos últimos cinco anos.

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