Economia

“Ai aguenta, aguenta”: Portugal não gosta mas tem de manter a austeridade, diz Fernando Ulrich

fernando ulrichPortugal “aguenta” mais austeridade. O banqueiro Fernando Ulrich não tem dúvidas sobre a capacidade do país manter o registo austero, mas fica “absolutamente boquiaberto” quando vê pessoas com responsabilidade a querer empurrar o país “para a situação da Grécia”.

“Ai aguenta, aguenta”: com este desabafo, Fernando Ulrich afirmou que não só país tem de suportar a austeridade, como ainda deve estar preparado para o agravamento do ambiente económico e social. “Não gostamos, mas aguenta e choca-me como há tanta gente tão empenhada, normalmente com ignorância com o que está a dizer ou das consequências das recomendações que faz, a querer nos empurrar para a situação da Grécia”, respondeu o presidente executivo do BPI, depois de ter sido confrontado, no III Fórum Fiscalidade Orçamento do Estado 2013, se Portugal aguentaria mais austeridade.

Para o banqueiro, o risco de um alívio da austeridade, como pretendem algumas pessoas com responsabilidade, “raramente da maioria ou no poder”, iria “levar Portugal, num tempo relativamente curto, para a situação da Grécia”. Isso deixa Ulrich “absolutamente boquiaberto”, que lembra o crescimento do desemprego entre os helénicos, que “já está em 23,8 por cento” e deve atingir aos 25,4 por cento no próximo ano: “os gregos estão vivos, protestam com um bocadinho de mais veemência do que nós, partem umas montras, mas eles estão lá, estão vivos”.

A única hipótese de Portugal, para além de “aguentar” a austeridade, é manter um programa “credível” no longo prazo, para que os restantes países europeus “percebam que têm alguma coisa a ganhar” em manter o apoio ao país. “Ir de mão estendida a dizer ‘ajudem-nos’, isso não vai a lado nenhum. Ficaremos como a Grécia e essa opção rejeito”, acrescentou o presidente do BPI.

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