Agustina ocupa “lugar sem par na narrativa portuguesa contemporânea”, diz ministra

A ministra da Cultura, Graça Fonseca, considera que a escritora Agustina Bessa-Luís “ocupa um lugar sem par na narrativa portuguesa contemporânea, sempre preocupada com a condição social e cultural em Portugal”.

Em nota de imprensa, Graça Fonseca afirma que a autora de “Sibila” é uma das “grandes romancistas e mestre de um dos mais originais processos criativos da ficção portuguesa”.

Agustina Bessa-Luís morreu hoje, aos 96 anos, no Porto, cidade onde se realizará o funeral na terça-feira, segundo fonte da família.

“Autora de uma obra tantas vezes virada para o passado mas sempre contemporânea, sempre presente”, Agustina Bessa-Luís inaugurou “um novo espaço ficcional, à imagem de outras grandes mulheres e que, em conjunto com ela, revolucionaram radicalmente a prosa em português, como Maria Velho da Costa ou Maria Gabriel Llansol”, afirmou a ministra da Cultura.

“Com uma dedicação inabalável e intransigente à criação literária, o legado de Agustina é vasto, composto por personagens, visões da história, lugares e, acima de tudo, um percurso pessoal e autoral únicos e exemplares”, sublinhou Graça Fonseca.

Agustina Bessa-Luís nasceu em 15 de outubro de 1922, em Vila Meã, Amarante, e encontrava-se afastada da vida pública, por razões de saúde, há cerca de duas décadas.

O nome de Agustina Bessa-Luís destacou-se em 1954, com a publicação do romance “A Sibila”, que lhe valeu os prémios Delfim Guimarães e Eça de Queiroz, duas de muitas distinções que recebeu ao longo da vida.

Em 1983 recebeu o Grande Prémio de Romance e Novela, da Associação Portuguesa de Escritores, pela obra “Os Meninos de Ouro”, um galardão que voltou a receber em 2001, com “O Princípio da Incerteza I – Joia de Família”.

A escritora foi distinguida pela totalidade da sua obra com o Prémio Adelaide Ristori, do Centro Cultural Italiano de Roma, em 1975, e com o Prémio Eduardo Lourenço, em 2015.

Foi condecorada como Grande Oficial da Ordem de Sant’Iago da Espada, de Portugal, em 1981, elevada a Grã-Cruz em 2006, e ao grau de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras, de França, em 1989, tendo recebido a Medalha de Honra da Cidade do Porto, em 1988.

Questionada sobre o que escrevia, a autora disse, num encontro na Póvoa de Varzim: “É uma confissão espontânea que coloco no papel”.

Lusa

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