Por “não concordar” com a política do Governo, o presidente da Águas de Portugal apresentou a demissão. Afonso Lobato Faria justificou a decisão, num email que enviou à administração, com a discordância face às “ideias que a tutela sectorial defende para o Grupo Águas de Portugal”.
De acordo com esse email, citado pelo Negócios, o gestor avançou que, “por não concordar com as ideias que a tutela sectorial defende para o Grupo Águas de Portugal, quero comunicar-vos que renunciei ao cargo de presidente do conselho de administração da empresa”.
Em dezembro de 2011, quando assumiu a liderança da empresa, Afonso Lobato Faria “estava consciente das dificuldades económico-financeiras porque passava na altura o grupo Águas de Portugal”, tendo concordado “totalmente com a solução” da “tarifa única”, proposta pelo Governo de Passos Coelho após a agregação dos sistemas multimunicipais do interior com os do litoral.
“O processo incluía igualmente, e pela primeira vez na história do setor da água, a resolução do défice tarifário acumulado em 25 anos por forma a ser geracionalmente justo”, lembrou o gestor, que entendia ser “a melhor solução para devolver a sustentabilidade económico-financeira a um sector essencial para o País”.
A mudança da tutela trouxe uma nova orientação política à Águas de Portugal, com “a reversão do processo de reestruturação” a levar Afonso Lobato Faria a bater com a porta.
Ainda segundo o Negócios, o Ministério do Ambiente já confirmou a demissão.