O estado de saúde de Maria Barroso agravou-se durante o fim de semana. Ontem à noite, Marcelo Rebelo de Sousa explicou que a preocupação não é “apenas” com “a mulher de Mário Soares”: “É uma mulher singular pela sua cultura. Não era muito vulgar ter uma mulher ativista”.
O estado de saúde de Maria Barroso “agravou-se bastante” durante o fim de semana, adiantou o Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde a esposa de Mário Soares se encontra internada.
Recorde-se que a fundadora do PS deu entrada na urgência na sexta-feira de manhã, na sequência de uma queda ocorrida na quinta-feira.
Ao bater com a cabeça numa mesa, Maria Barroso, de 90 anos, sofreu um traumatismo craniano e encontra-se em “coma profundo”, como confirmou o sobrinho e cirurgião Eduardo Barroso.
Ontem, foi dia de visitas e elogios: pelo hospital passaram, entre outros amigos e personalidades, o atual e dois antigos líderes do PS, António Costa, Ferro Rodrigues e António Guterres.
Mário Soares voltou a visitar a esposa, apresentando um ar debilitado.
Os elogios ficaram reservados para a noite, quando Marcelo Rebelo de Sousa, no habitual espaço de comentário na TVI, explicou que a preocupação do país com o estado de saúde de Maria Barroso não se deve “apenas” a esta ser a esposa de um antigo Presidente da República.
“A semana ficou marcada por esta notícia. Não só por uma razão de proximidade de Mário Soares, não só por uma razão de longevidade, mas também pelo lado singular. Porque é que ela é uma mulher singular? Pela sua cultura. Ela pertenceu à época em que os políticos tinham uma formação cultural muito forte”, começou por explicar o comentador político.
“Na área onde ela se movia era única, nos fundadores do PS. Não era muito vulgar ter uma mulher ativista”, reforçou: “Vem a democracia e assiste-se a uma mulher muito mobilizadora. Ela não é apenas a mulher de Mário Soares. É diferente de todas outras figuras importantes de mulheres na nossa democracia”.
“Porque ela foi ela, ela é ela e continua a ser vista como ele”, concluiu Marcelo.
