A guerra política do momento é feita através dos cartazes. Depois do PS ter sido criticado por usar imagens não aprovadas pelas pessoas que são expostas, agora é a coligação PSD/CDS que está na mira por recorrer a bancos de imagem para ilustrar ‘casos de sucesso’.
Ainda está fresca a polémica com os cartazes do PS e já o PSD e o CDS lidam com problemas semelhantes, naquele que se tornou no assunto político do momento.
Algumas informações que começaram por circular nas redes sociais levaram à revelação de que a coligação Portugal à Frente (PaF), formada pelos dois partidos do Governo, recorreu a um banco de imagens para os outdoors que pretendem refletir ‘casos de sucesso’.
Os rostos que surgem nos cartazes do PSD e do CDS são os mesmos que, por exemplo, já promoveram um azeite na Hungria e uma clínica nos EUA, como demonstram as várias imagens que estão a circular nas redes sociais.
O diretor de campanha da PaF, José Matos Rosa, admitiu o recurso aos bancos de imagens, salientando que o PSD “utiliza muitas vezes” este recurso. Porém, não vê como o caso pode ser comparado às polémicas que envolveram os cartazes do PS.
“O que fizemos é o que mandam as boas práticas nacionais e internacionais em termos de comunicação”, respondeu, quando questionado sobre o assunto pelo Diário de Notícias.
José Matos Rosa frisou que “não há colagem das pessoas aos temas” e que as pessoas retratadas servem “para humanizar as mensagens”, ao invés de contar casos pessoais.
Ainda ao DN, o diretor de campanha da coligação garantiu a eficácia dos outdoors, prometendo “usar os meios com parcimónia” e evitar “intoxicar as pessoas com poluição visual”.
Porém, o mesmo jornal contactou uma fonte do CDS, identificada apenas como “da direção”, que criticou a opção: “Por mim, nem havia cartazes. Não acho que tenham um impacto significativo na campanha”.
Em defesa da opção já saiu Duarte Marques. O deputado do PSD escreveu, nas redes sociais, que “a comparação com o caso do PS não faz qualquer sentido”, argumentando: “Isto são imagens de bancos de fotos, pagas e feitas para isso mesmo e nem sequer são utilizadas como testemunhos pessoais, mas sim como ilustrações”.