Este é um caso que está a expor as debilidades da segurança do departamento federal de investigação. Daniela Greene, uma agente do FBI, com funções de tradutora, mentiu, fugiu e acabou por casar com o terrorista que estaria a investigar.
Apesar de ter ocorrido em 2014, só agora foi divulgado publicamente pela televisão norte-americana CNN, que conta a história de Daniela Greene, de 38 anos, e Denis Cuspert, um rapper alemão, que estaria sob investigação do FBI por associações terroristas.
Nascida na antiga Tchecoslováquia, viveu durante uns tempos na Alemanha, mudando-se depois para os EUA, onde chegou a andar na faculdade.
Como era fluente em alemão, a mulher começou a trabalhar para o FBI como tradutora em 2011. Posteriormente, foi reencaminhada para o departamento de Detroit, em 2014, altura em que integrou-se na investigação ao rapper alemão.
Greene, durante a investigação, identificou diversas contas online e números de telefone que eram utilizados pelo alemão. Em tribunal, foi revelado que a agente tinha um “acesso exclusivo” a uma conta, na qual mantinha contacto com o terrorista.
Entretanto, em abril do mesmo ano e durante as investigações, Cuspert surgiu num vídeo a declarar a sua lealdade ao Estado Islâmico e ao seu líder, Abu Bakr Al-Baghdadi.
Posteriormente, em junho de 2014, a agente informou ao FBI que iria realizar uma viagem ao exterior, nomeadamente para ver a família em Munique, na Alemanha, numa viagem que considerou ser de férias de carácter pessoal.
No entanto, Greene já se encontrava numa “relação” com o terrorista, pelo que mentiu ao FBI em relação às suas intenções de viagem. Embarcou para Istambul e depois dirigiu-se até Gaziantep, a 20 quilómetros da fronteira com a Síria.
Aí, entrou em contacto com Cuspert, que prontamente encaminhou alguém conhecido dele para ajudá-la a passar a fronteira. Já na Síria, a agente e o terrorista deram o nó.
Contudo, o matrimónio não teve uma grande duração. A CNN conta que a agente deverá ter-se apercebido que havia cometido um erro gigante. Então, começou a enviar e-mails para uma pessoa não identificada nos EUA, onde dizia estar com dúvidas do que tinha feito e que estaria a infringir a lei.
“Eu vim e eu não posso voltar. Estou em um ambiente muito e não sei quanto tempo vou durar aqui, mas não importa, é um pouco tarde demais…”, uma das passagens lidas em tribunal, que foi enviada num e-mail a 09 de julho de 2014.
Greene acabou por fugir para os EUA, onde foi detida. Foi condenada a dois anos de prisão por ter feito declarações falsas que envolviam o terrorismo internacional. A agente saiu em liberdade no verão de 2016.
Quase três anos depois, a vida de Greene mudou completamente: trabalha como rececionista num hotel, segundo o que a CNN conseguiu apurar, revelando que a mulher agora tem receio em revelar grandes pormenores, uma vez que considera que a sua vida poderá estar em risco.
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