A agência Lusa, que produz “uma média de 392 notícias por dia”, está de greve desde hoje até domingo. Os trabalhadores contestam o plano do Governo em “reduzir em mais de 30 por cento o valor do contrato de serviço noticioso e informativo de interesse público”.
Os trabalhadores da agência Lusa já entraram em greve, depois de ontem a empresa já ter avisado que o serviço podia sofrer “atrasos, limitações e eventuais interrupções”. A paragem tem como finalidade contestar a proposta do Governo, recebida “com grande apreensão”, de “reduzir em mais de 30 por cento o valor do contrato de serviço noticioso e informativo de interesse público”.
Alguns números são adiantados para sublinhar a importância da agência: “a Lusa divulga aos clientes, mensalmente, quase 12 mil notícias, uma média de 392 notícias por dia, mais de 2500 sons e vídeos, satisfazendo as necessidades de rádios, jornais e televisões, independentemente da dimensão”.
É, por outro lado, uma empresa exportadora e símbolo do país para as comunidades no estrangeiro: “através dos correspondentes nos países lusófonos e onde existem significativas comunidades de emigrantes, a agência desempenha um papel determinante na coesão nacional e no reforço da ligação a Portugal”.
“O corte já confirmado na proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano vai comprometer gravemente o funcionamento e a qualidade editorial da agência Lusa, bem como a dimensão da rede nacional e internacional”, argumentam os trabalhadores.
Numa nota enviada de manhã, a empresa informou que o serviço noticioso iria ser “interrompido às 08h00 de hoje devido à greve dos trabalhadores da agência. O serviço poderá ser restabelecido caso existam condições para tal. Se isso acontecer, será emitida uma nova nota aos clientes”.
O corte de 30,9 por cento no valor do contrato vai baixar a indemnização compensatória dos 19,1 milhões de euros recebidos este ano para 13,2 milhões de euros (IVA incluído) em 2013.