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ADSE perdeu quase 18 mil beneficiários em dois anos

O número total de beneficiários da ADSE reduziu-se em quase 18 mil entre 2016 e 2018, devido à saída dos familiares que beneficiavam do sistema de saúde da função pública e dos aposentados, revela o relatório de atividades.

No final de 2018, a ADSE contabilizava 1.204.964 beneficiários, menos 17.845 face a 2016, dos quais cerca de 70 por cento titulares (trabalhadores e pensionistas do Estado que contribuem para financiar o sistema) e cerca de 30 por cento familiares.

Entre 2016 e 2018, o número de beneficiários familiares caiu 6,3 por cento para 366,7 mil, “o que resulta essencialmente de uma ação mais intensa de fiscalização da ADSE sobre a verificação do direito à inscrição, bem como à saída de descendentes”, lê-se no relatório a que a Lusa teve acesso.

Só em 2018 saíram da ADSE 12.446 familiares dos funcionários públicos que beneficiavam do sistema de saúde da função pública.

Apesar da queda do número global, entre 2016 e 2018 verificou-se uma subida dos beneficiários titulares em 0,8 por cento, para um total de 838.257. O aumento deveu-se ao crescimento de 1,7 por cento nos trabalhadores, enquanto nos aposentados verificou-se uma descida de 0,9 por cento.

O financiamento da ADSE é assegurado pelos beneficiários titulares cujos descontos (de 3,5 por cento por mês do salário ou pensão) representam 93 por cento da receita da ADSE, totalizando 592 milhões em 2018, mais 3 por cento face ao ano anterior.

Este valor reflete um adicional de 10 milhões de euros relativo ao facto de a partir de 2018 os beneficiários dos Açores terem passado a descontar diretamente para a ADSE.

O relatório mostra ainda que o prazo para pagamento dos reembolsos aos beneficiários da ADSE subiu para 60 dias em 2018, contra 39 dias em 2017 no regime livre, ou seja, nos casos em que o beneficiário opta por recorrer a médicos sem acordo com a ADSE.

“Este atraso deve-se em grande medida ao esforço que foi feito para recuperar os pagamentos às regiões autónomas, na sequência da publicação do Decreto-Lei de Execução Orçamental que veio estabelecer a responsabilidade financeira da ADSE, bem como uma maior exigência na verificação da necessidade clínica para a realização de atos”, indica o documento.

O custo total por beneficiário em 2018 manteve-se ao mesmo nível do ano anterior, em 461 euros por pessoa.

De acordo com o documento, a ADSE obteve um resultado líquido de 46 milhões de euros e um saldo de caixa de 90 milhões.

A faturação total entrada e aceite na ADSE foi de 549 milhões de euros, dos quais 411 milhões em regime convencionado e 138 milhões em regime livre.

A receita da ADSE cresceu 3 por cento face ao ano anterior, para 638 milhões de euros e a despesa reduziu-se em 2 por cento para 548 milhões de euros, refletindo a redução dos pagamentos no regime livre devido aos atrasos nos reembolsos.

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