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Acusado do rapto de Rui Pedro não quis falar na primeira sessão do julgamento

acusado_rui_pedroNa primeira sessão do julgamento, Afonso Dias, acusado do rapto de Rui Pedro, em 1998, evita prestar depoimento, no Tribunal de Lousada. “Para já, não pretendia falar”, disse, perante o coletivo de juízes. O advogado da família de Rui Pedro, Ricardo Sá Fernandes, fez um apelo para “que se saiba o que aconteceu naquele dia”.

O julgamento do caso do desaparecimento de Rui Pedro arrancou hoje, no Tribunal de Lousada, 13 anos após o desaparecimento do jovem. A sessão fica marcada pelo silêncio do acusado e pelo pedido de Ricardo Sá Fernandes, para que nada fique por esclarecer.

“O que os pais anseiam é encontrar o seu filho vivo e saber o que aconteceu naquele dia. Num caso de eventual falecimento, pretendem fazer o luto”, disse Ricardo Sá Fernandes. No entanto, Afonso Dias preferiu o silêncio e reserva as palavras para outras sessões.

Afonso Dias responde pelo crime de rapto qualificado. O despacho de pronúncia considera que “há fortes indícios” de que o réu teve participação no episódio que levou ao desaparecimento. Porém, mais do que condenações, a acusação pretende que este julgamento permita “saber o que aconteceu a Rui Pedro.

O advogado da família de Rui Pedro, Ricardo Sá Fernandes, lembra que “deve ficar provada a culpa” para haver alguma condenação, mas não é a procura de culpados que move a defesa e a família. É a procura de respostas.

“A questão fundamental é saber o que aconteceu ao Rui Pedro. É a prioridade da família. Estamos confiantes e vamos para a sala de audiências acreditar num bom juízo”, disse.

Sá Fernandes apresentou-se no Tribunal de Lousada “para que seja feita justiça e que, se a prova produzida apontar no sentido da culpa, que haja condenação”. No entanto, acrescenta, não pretende “pré-condenações”.

Do outro lado, o advogado de defesa afirma que não será possível que as pretensões da família sejam satisfeitas. Paulo Gomes lembra que o acusado “nada tem que ver com o desaparecimento” e, nesse sentido, “o julgamento não permitirá dar respostas”.

“O meu cliente reafirma que não teve intervenção no desaparecimento do Rui Pedro. E nesse sentido, não pode adiantar mais nada. Infelizmente, o julgamento não vai servir para saber o que aconteceu ao Rui Pedro”, disse Paulo Gomes, advogado de defesa de Afonso Dias.

Paulo Gomes sustenta ainda que “está em causa um julgamento de um arguido, com base num juízo que o Ministério Público entende ser final, quanto à culpa. “Assim, vamos saber se o Afonso é culpado. Nada mais”, refere. 

O desaparecimento

Rui Pedro desapareceu há 13 anos, a 4 de março de 1998, em Lousada. Desde esse dia, os pais travam uma luta e mantêm acesa a chama da esperança em, um dia, encontrar o seu filho vivo. Entre a saudade, a dor e a esperança, Filomena e Manuel Mendonça revivem agora em tribunal o fatídico dia em que o seu filho desapareceu sem deixar rasto.

Afonso Dias terá sido a última pessoa a manter contacto com o então menor, antes do rapto. Filomena e Manuel Mendonça também vão reviver o dia em que o filho desapareceu.

O julgamento prevê a audição de 60 testemunhas e prolonga-se até 14 de dezembro. O arguido pode ser condenado a uma pena máxima de 15 anos de prisão, caso se comprove que teve participação no desaparecimento do menor.

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