ACT sem carros para fiscalizar teletrabalho
A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) não tem carros para garantir a fiscalização do teletrabalho, como pretende o primeiro-ministro, António Costa.
Depois do governante ter anunciado o agravamento da contraordenação por violação do teletrabalho para muito grave, o Sindicato dos Inspectores do Trabalho (SIT) denunciou que a ACT não tem meios para assegurar a fiscalização.
“A verdade é que não temos carros para visitas inspetivas. É um problema que sentimos de Norte a Sul do país. Precisamos de carros, de meios, e não temos. Se quiserem aumentar a fiscalização é preciso disponibilizarem viaturas, que neste momento não existem”, denunciou Carla Cardoso, presidente do SIT.
A situação atual é a oposta da registada no primeiro confinamento, quando os carros à disposição dos inspetores “eram tantos que não havia lugares suficientes para os estacionar”.
“Em Abril tínhamos muitos carros. Foi preciso procurar garagens, mas como eram carros alugados, três meses depois foram devolvidos”, lembrou a representante sindical.
Por falta de contratos de longa duração, “agora estamos nesta situação, que é reflexo de uma falta da capacidade de planeamento a longo prazo por parte da actual direção”, insistiu a sindicalista, em declarações ao Público.
“A incapacidade de planear a longo prazo tem levado a estas situações em que, de repente, há serviços que ficam sem máscaras, sem gel e sem equipamentos de protecção individual. Isso aconteceu no passado recente e foi preciso vir nas notícias para se resolver o problema em três dias”, concluiu Carla Cardoso.
De acordo com o jornal, a ACT não respondeu aos pedidos de esclarecimento.