O Serviço Nacional de Saúde tinha mais de 500 mil ‘falsos’ utentes, limpos das listas pela Administração Central do Sistema de Saúde. O processo tem por finalidade “atribuir médico de família a mais portugueses”, como explica Alexandre Lourenço.
As listas do Serviço Nacional de Saúde (SNS) tinham mais de 500 mil nomes que, por vários motivos, foram considerados ‘falsos’ utentes. De acordo com o relatório da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), só entre janeiro e setembro foram limpos esses mais de 500 mil nomes para que surjam novas vagas para médicos de família.
“Muitos destes utentes eram duplicados, eram inscrições em vários médicos de família, em diferentes centros de saúde. Outros casos são falecimentos de utentes que acabaram por nunca ser retirados das listas ou casos de emigração”, explicou Alexandre Lourenço, vogal da ACSS.
Citado pela TSF, o responsável acrescentou que “a limpeza que estamos a fazer desde o início do ano, e que é um processo contínuo, vai permitir atribuir médico de família a muito mais portugueses”. Alexandre Lourenço confirmou também que as listas foram limpas “em mais de 500 mil utentes”.
Nesse “processo contínuo” estão a ser apagados os utentes que não contatam com o respetivo centro de saúde há mais de três anos. As Administrações Regionais de Saúde têm enviado notificações para que os utentes possam confirmar que querem manter o médico de família.
O relatório mensal da ACSS salienta que a taxa de pacientes com médico de família aumentou de 84,5 para 88,2 por cento, no período da limpeza dos inscritos, e que é estimada uma subida mais acentuada até ao final do ano.