Chama-se John Bohannon, é jornalista de Harvard e provou que as publicações científicas na Internet não controlam a veracidade dos artigos que lhe são propostos. Bohannon concebeu um plano, para tentar provar esta realidade, e conseguiu-o: 150 revistas publicaram um artigo sobre uma descoberta que nunca existiu.
A veracidade dos artigos publicados em publicações científicas online (que depois são citados por centenas de jornais generalistas) foi posta à prova por um jornalista da Universidade de Harvard, que provou não existir um controlo da qualidade desses artigos.
Num artigo publicado pela revista Science, é explicado o projeto de John Bohannon, que durou um ano e encontrou uma resposta negativa para a seguinte questão: devemos acreditar em tudo o que lemos?
O jornalista conseguiu provar que a maioria das publicações científicas online aceita publicar um artigo, mesmo sem verificar se o mesmo é fidedigno, desde que o autor do mesmo faça um pagamento.
Mesmo que o artigo apresente falhas graves, as revistas publicam-nos, o que significa que não apresentam qualquer sentido crítico, na análise aos mesmos. John Bohannon conseguiu que um artigo sobre uma falsa cura para o cancro fosse publicado em 147 revistas, de um total de 304 publicações online.
Bohannon inventou um nome de investigador que nunca existiu, de uma universidade fictícia, para 304 editores de revistas científicas. Destes, 98 recusaram o artigo e 157 aceitaram-no e publicaram-no.
Este estudo associa-se ao crescente fenómeno das falsas notícias que correm nas redes sociais. Há até sites ‘especializados’ em explorar as falsas notícias, não na área da ciência, mas no campo social.
Um dos recentes fenómenos é noticiar a morte de famosos – a mais recente ‘vítima’ foi Daniel Radcliffe, ator britânico que se tornou mundialmente célebre pela sua participação em Harry Potter.
Segundo um jornal online, Daniel teria morrido. Por instinto, os utilizadores das redes sociais partilham este tipo de notícias, sem confirmarem a veracidade das mesmas. A informação falsa propaga-se pela Internet, com as redes sociais a servirem de plataforma ideal para o fenómeno. Assim, mais vale não acreditar em tudo o que ler na Internet.