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Açores: médicos de família podem acumular utentes para duplicar salário

medicosNos Açores, os médicos de família vão poder acumular utentes – até um limite de 2500 – e, em contrapartida, o salário pode atingir o dobro do valor. O acordo entre a secretaria regional da Saúde e os sindicatos, que estará para breve, permite aos clínicos prestarem mais horas de serviço sem perder a devida remuneração.

Os médicos de família nos Açores vão poder ganhar mais, desde que trabalhem mais. O objetivo do acordo – prestes a ser formalizado entre a secretaria regional da Saúde e os sindicatos, segundo a rádio Renascença – é permitir o aumento da lista de utentes, conforme as exigências da troika, mas sem que os profissionais da saúde percam dinheiro.

Assim, um clínico açoriano pode ter até 2500 utentes, quando o máximo permitido por Lei é de 1550. Tal medida vai implicar um maior horário de serviço, com a remuneração a aumentar na devida proporção. Carlos Arroz, do Sindicato Independente dos Médicos, explicou que, sendo o suplemento de remuneração de “um por mil” em função dos 1500 doentes, “se o médico tiver mais mil doentes dobra o vencimento”.

O acordo, se concretizado, permitirá dar resposta às exigências da troika, que no memorando do resgate financeiro Portugal obrigou o Governo a aumentar a lista de utentes por médico de família, em 10 por cento nas unidades de saúde familiar e em 20 por cento nos centros de saúde. Porém, os sindicatos contestam as medidas ‘paralelas’ que têm sido divulgadas pelo Ministério de Saúde, como o ‘adormecimento’ dos utentes que não recorram a um centro de saúde num período de três anos.

“Para ‘x’ horas por semana, que é o horário normal do médico, para um universo brutalmente acrescido, naturalmente que as listas de espera por consulta vão aumentar assustadoramente”, avisou Mário Jorge, da Federação Nacional dos Médicos. Ou seja, como cada médico não pode ter mais de 1550 utentes listados, só com um aumento do horário de serviço – e correspondente melhoria do salário – é que se podem cumprir as exigências da troika, alegam os sindicalistas.

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