Mundo

Acordo franco-alemão prevê tratado europeu pronto até março

merkel_sarkozyOs líderes de França e Alemanha, Nicolas Sarkozy e Angela Merkel, avançam com a proposta de um novo tratado europeu, que acolha o apoio dos 27 membros da União Europeia (UE), ou, na pior das hipóteses, o consentimento dos 17 países da Zona Euro. Março é a data para conclusão da proposta. O Conselho Europeu do dia 9 vai analisar a proposta dos dois países.

Perante cenários de crises de dívida dos estados-membros, sobretudo nos 17 países que fazem parte da Zona Euro e que partilham a moeda, Angela Merkel e Nicolas Sarkozy decidiram agir. Depois de um encontro a dois, hoje, definiram como objetivo um novo tratado europeu “concluído até março de 2012”, com o apoio dos 27 estados-membros da UE.

“Pretendemos que, em março de 2012, o acordo entre os 17 membros da Zona Euro esteja concluído, uma vez que é necessário avançar com essas regras o mais rapidamente possível”, sublinhou Angela Merkel.

Esse novo tratado deverá apertar o cerco aos países incumpridores e definir mais rigor nos limites de défice, com medidas punitivas para os estados que afetarem a estabilidade da moeda única.

Merkel e Sarkozy – que chegaram a um “acordo total” entre França e Alemanha, hoje – querem, por outro lado, antecipar para 2012 o novo Mecanismo Europeu de Estabilidade, que estava previsto vigorar apenas a partir de 2013.

De fora deste acordo franco-alemão está a criação de eurobonds, títulos de dívida europeus, o que já havia sido manifestado pelos dois líderes europeus, muito recentemente. “Quem defende os eurobonds ainda não percebeu a crise”, disse.

A chanceler alemã dissera há dias, no parlamento da Alemanha, que a Europa “tem de agir rapidamente” e apontou “regras rígidas para países incumpridores”. No mesmo dia, num comício em Toulon, França, o presidente Nicolas Sarkozy quase repetiu as palavras de Merkel e defendeu “um novo Tratado europeu”.

França e Alemanha traçaram um plano comum e estão de acordo numa outra ideia. “É tempo de agir”, defendem os líderes dos dois países, que pretendem um novo rumo e mudanças significativas, falam a uma só voz e pretendem ditar as regras de uma nova Europa, “refundada”.

Nicolas Sarkozy apontou as mesmas soluções: “A Europa terá de ser repensada e refundada, com urgência. O mundo não vai esperar por nós e se não corrigirmos os nossos erros com a rapidez que se impõe, a História mundial será escrita sem a Europa”.

“O objetivo é fazer prevalecer a disciplina, a solidariedade, a responsabilidade dos países, para que se possam prestar contas à população”, sublinhou o chefe de Estado francês. Esta é a visão que Alemanha e França têm da Zona Euro, sustenta Sarkozy, que realça a necessidade de uma “futura reforma dos tratados”.

O objetivo passa por aplicar sanções mais duras para os países incumpridores, numa justiça que se aplique de forma mais célere. Nicolas Sarkozy realça os problemas na Zona Euro, que atravessa “uma crise grave que pode arrastar todos os países da União Europeia, mesmo aqueles que não partilham a moeda.

“O que será da Europa se o euro desaparecer, se o centro económico europeu entrar em colapso? Nada… Defender o euro é defender a Europa”, afirmou o Presidente francês. Sarkozy e Merkel voltam a reunir-se hoje, para preparar o Conselho Europeu do próximo dia 9 de dezembro, em Bruxelas.

Neste almoço em Paris, os dois dirigentes europeus traçaram os planos da Europa que defendem, para proteger a moeda única, numa partilha de ideias que une Alemanha e França incondicionalmente.

Em destaque

Subir