Paulo Pedroso, antigo porta-voz do PS e atual diretor da campanha presidencial de Ana Gomes, interpretou o acordo entre PSD e Chega como um “balão de ensaio” lançado por Rui Rio.
Num artigo de opinião no Diário de Notícias, o ex-deputado do PS sustentou que o presidente do PSD, Rui Rio, está a testar a aproximação “à extrema-direita racista com ligações fascistas” com vista a “governar o país”.
Isto aconteceu, de acordo com o ex-ministro, porque as últimas legislativas mostraram que a “moderação” do PSD não trazia grandes ganhos eleitorais.
A lógica então seguida pelos sociais-democratas, segundo Paulo Pedroso, era tornar o PS “progressivamente mais minoritário e isolado” para que, “mais tarde ou mais cedo”, o PSD regressasse ao poder.
Ao mesmo tempo, a entrada do Chega no Parlamento colocou “em risco o papel do CDS”, o habitual parceiro de coligação do PSD, no sistema político nacional.
“Nos Açores, o PSD lançou, perante o total silêncio de Marcelo, um balão de ensaio, para ver se os ventos da República lhe permitiriam, quando chegasse a hora, associar-se à extrema-direita racista com ligações fascistas para governar o país. Veremos o que diz o vento ao PSD”, salientou o antigo homem-forte do aparelho socialista.
A fechar, Paulo Pedroso considerou que esse “balão de ensaio” vai permitir que os parceiros de esquerda se voltem a aproximar do PS dando “um segundo fôlego à geringonça”.
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