A Comissão Europeia já alocou, desde o início do surto de covid-19 e até hoje, perto de sete milhões de euros em ações de repatriamento de quase 2.000 cidadãos europeus em países estrangeiros, e pretende mobilizar mais “fundos adicionais”.
“Até agora, a Comissão gastou quase sete milhões de euros com essas ações de repatriamento e está, entretanto, a considerar a possibilidade de fornecer fundos adicionais para apoiar estes esforços”, afirma à agência Lusa o comissário europeu para a Gestão de Crises, Janez Lenarčič.
Numa entrevista dada hoje por escrito à Lusa em Bruxelas, dadas as medidas de confinamento adotadas pelas autoridades belgas devido à pandemia, o responsável explica que o executivo comunitário está a “apoiar os Estados-membros a coordenar as operações de assistência e repatriamento consular aos cidadãos da União Europeia [UE] em todo o mundo”.
“Após os Estados-membros ativarem o Mecanismo de Proteção Civil da UE, o nosso Centro de Coordenação de Resposta a Emergências articula-se com o Serviço Europeu de Ação Externa e com os Estados-membros nas capitais da UE”, para assim coordenar as ações de repatriamento, cujos custos de transporte podem ser cofinanciados por Bruxelas até um máximo de 75%, precisa Janez Lenarčič.
Segundo o comissário, desde o final de janeiro e até ao momento, “mais de 1.800 cidadãos foram repatriados através do Mecanismo de Proteção Civil da UE de países como Geórgia, Egito, Marrocos, Filipinas, Tunísia e Argentina”, ações às quais acrescem repatriamentos feitos na China, Japão e Estados Unidos, nomeadamente logo no início do surto.
Em causa está a ativação deste mecanismo a pedido de Estados-membros como França, Alemanha, Itália e Áustria, e um apoio também concedido ao Reino Unido, país que fez parte da UE até final de janeiro passado e que continua a ser parceiro da União.
Só na semana passada, dois aviões organizados pela Áustria, também no âmbito deste instrumento, “possibilitaram o regresso de 604 cidadãos da UE de Marrocos”, exemplifica Janez Lenarčič na resposta dada à Lusa.
Entretanto, este fim de semana, e ainda no âmbito do Mecanismo de Proteção Civil da UE, foram repatriados 223 cidadãos belgas na Tunísia, segundo dados também hoje divulgados pelo executivo comunitário.
Além destes, “a Alemanha continua a organizar voos para trazer de volta cidadãos da UE no Egito, Marrocos, Tunísia, Filipinas, Argentina e República Dominicana, estão a ser organizados desde a Letónia para permitir o regresso de europeus na Geórgia e a Lituânia vai repatriar europeus na Indonésia”, informa a Comissão.
Acresce que “a República Checa organizará voos de repatriamento do Egito, Vietname e Filipinas, a Polónia repatriará cidadãos do Chade, Sudão, Nepal e Maldivas e o Reino Unido trará do Peru cidadãos britânicos e da UE”, segundo o comunicado.
Ainda assim, estas ações de repatriamento podem ser realizadas, de forma individual, pelos Estados-membros, sendo que os países são os primeiros ‘responsáveis’ pelos seus cidadãos.
Tendo também em conta estas ações individuais, o número de europeus repatriados desde janeiro passado sobe para cerca de 200 mil, de acordo com as estimativas disponibilizadas pela Comissão Europeia na passada quinta-feira.
Na altura, outros perto de 100 mil cidadãos da UE aguardavam poder regressar por esta via.
“A Comissão está a ajudar os Estados-membros a coordenar as operações de assistência e repatriamento consular aos cidadãos da UE em todo o mundo”, adianta Janez Lenarčič na resposta dada à Lusa.
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