Economia

Acionistas do BCP votam hoje dividendos e devoluções aos trabalhadores

O BCP realiza hoje a assembleia-geral anual de acionistas em que serão votadas as contas de 2018, a distribuição de dividendos e de compensações aos trabalhadores, estando ainda marcadas manifestações sindicais.

O ponto um da ordem de trabalhos é relativo às contas de 2018 (lucros de 301,1 milhões de euros, mais 62 por cento do que em 2017), e o ponto dois é relativo à distribuição de lucros pelos acionistas e devolução de parte dos cortes salariais que os trabalhadores sofreram entre 2014 e 2017.

Para dividendos a administração propõe 30,2 milhões de euros (0,002 cêntimos euros por ação) e para os trabalhadores cerca de 12,6 milhões de euros.

Em 09 de maio, na conferência de imprensa de apresentação de resultados do primeiro trimestre, o presidente executivo do banco, Miguel Maya, disse que a proposta de compensação aos trabalhadores é “mais generosa” do que a proposta de dividendos aos acionistas.

Miguel Maya justificou o seu raciocínio com o facto de aos acionistas a administração estar a propor a distribuição de cerca de 30 milhões de euros, o que é um dividendo correspondente a cerca de 10 por cento do resultado de 2018 (uma vez que foram de cerca de 300 milhões de euros), enquanto para os trabalhadores está a propor 12,6 milhões de euros.

Esta reunião magna será ainda marcada por uma manifestação de bancários, organizada por Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB), Sindicato Independente da Banca (SIB) e Sindicato dos Bancários do Norte (SBN).

Em causa está aquilo que dizem ser a “estagnação” dos salários no BCP e o impasse nas negociações relativas à revisão do Acordo Coletivo de Trabalho do banco.

Fonte do SNQTB já anunciou que o sindicato se vai abster no ponto dois da assembleia-geral do banco, num “claro sinal de discórdia”.

O SNQTB “não pode aceitar a proposta, nos termos em que está formulada, de uma devolução gradual (a três anos) das remunerações cativadas entre 2014 e 2017”, disse a fonte.

Nesta assembleia-geral irá ainda a votação a nomeação de Fernando Lima como novo membro do Conselho de Administração e da Comissão de Auditoria do BCP (ex-administrador do BPI) e de Nuno Alves (ex-quadro do BCP e ex-administrador financeiro da EDP) para o Conselho de Remunerações e Previdência (com remuneração de 50 mil euros), em substituição de Norberto Rosa que foi eleito mas não tomou posse. Em ambos os casos até ao final do mandato em curso, em 2021.

Será ainda votada a nova política de remuneração dos membros dos órgãos sociais, uma alteração do período de funções do revisor oficial de contas e do auditor externo, e a recondução da Deloitte como auditor externo.

O BCP tinha 7.262 trabalhadores em Portugal no final de março.

O grupo chinês Fosun é o maior acionista do banco, com cerca de 27 por cento do capital social, seguindo-se a petrolífera angolana Sonangol com 19 por cento. O fundo de investimento Blackrock tinha, em final de 2018, cerca de 2,8 por cento e o grupo EDP 2,11 por cento.

A assembleia-geral realiza-se às 14h30, no Tagus Park, em Oeiras (distrito de Lisboa).

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