Há um ano, um acidente com um autocarro de passageiros provocou 11 mortos no IC8, junto a Sertã. As peritagens foram feitas e as testemunhas foram ouvidas, mas a GNR ainda não concluiu o processo de inquérito. Ainda há passos a dar num processo “moroso”.
Ainda não há explicações oficiais para o acidente com um autocarro que, a 27 de janeiro de 2013, provocou a morte de 11 pessoas e deixou 32 feridas. A GNR já fez as peritagens e recolheu os depoimentos das testemunhas, mas terá sido confrontada com “a solicitação de peritagens externas” que têm atrasado a conclusão do processo de inquérito.
“O processo está a ser um pouco mais moroso devido à solicitação de peritagens externas à GNR e porque foi necessário solicitar novos elementos a todos os envolvidos no acidente”, adiantou o sargento-ajudante Silva, chefe do Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Castelo Branco, citado pela Lusa.
“Foi necessário ouvir todas as testemunhas e intervenientes no sinistro” para “recolher tudo o que for possível em termos de prova testemunhal”, o que implicou ouviu o condutor do autocarro, os passageiros e algumas pessoas que terão presenciado o despiste. O militar acrescentou ainda que também foram pedidas informações ao fabricante do veículo, à Estradas de Portugal e às concessionárias.
“O processo inclui peritagens à via e à própria dinâmica do acidente. Está em segredo de justiça e continua em fase de inquérito”, reforçou o sargento-ajudante, complementando que a GNR aguarda por esses resultados para entregar o processo ao Ministério Público: “não sei dizer se são as últimas peritagens, depende dos resultados, se são conclusivos ou não”.
Na zona onde foi registado o acidente havia obras em curso, cujos eventuais efeitos estão a ser analisados por técnicos do Laboratório Nacional de Engenharia Civil e do Instituto Superior Técnico. Na altura, a GNR recolheu dados referentes às condições da via e do ambiente, incluindo pormenores como a densidade do nevoeiro e a humidade ao nível do piso, de forma a permitir simulações em computador.
Essas obras acabaram por ser concluídas pouco tempo depois do autocarro cair numa ravina, segundo José Farinha Nunes, presidente da Câmara da Sertã: “foi tudo repavimentado e guarnecido com nova sinalização e obrigatoriedade de redução de velocidade no local. Depois de finalizadas as obras, as condições de circulação na via melhoraram substancialmente e não houve mais registos daquele tipo de incidentes”.