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Abbas recusa aos Estados Unidos função de “mediador único” no Médio Oriente

O presidente da Autoridade palestiniana, Mahmoud Abbas, recusou hoje aos Estados Unidos o estatuto de mediador único no Médio Oriente, acusando o Presidente Donald Trump de colocar “em perigo” a solução a dois Estados, israelita e palestiniano.

“Com todas as suas decisões, o Governo americano retrocedeu em todos os compromissos antes assumidos pelo seu país e colocou inclusive em perigo a solução a dois Estados”, declarou na tribuna da reunião anual da Assembleia-Geral anual da ONU.

“Os Estados Unidos atuam como mediadores mas nós agora encaramo-lo com um novo olhar”, disse ainda Abbas, ao evocar o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel ou o corte na ajuda à agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA).

“Os Estados Unidos não devem ser um mediador único”, acrescentou Abbas, respondendo ao Presidente dos EUA, Donald Trump, que prometeu na terça-feira apresentar um plano de paz para o Médio Oriente dentro de “quatro meses”.

“Temos à nossa disposição um Quarteto, muito bem, os Estados Unidos podem participar no Quarteto”, acrescentou, numa referência a este organismo sobre o Médio Oriente que reúne EUA, Rússia, União Europeia e ONU.

“Jerusalém não está à venda” e “os direitos dos palestinianos não são negociáveis”, assinalou o presidente palestiniano no início do discurso.

“Queremos um Estado com fronteiras bem definidas. Será depois que poderemos coexistir pacificamente com Israel”, disse.

“Jerusalém leste no seu conjunto é a nossa capital”, insistiu Abbas, após um encontro com o secretário-geral da ONU, António Guterres, onde foi reafirmado o “compromisso comum” pela solução a dois Estados, com Jerusalém como capital partilhada.

Abbas recordou que entre os 193 países das Nações Unidas “183 reconheceram o Estado da Palestina”. E insistiu: “Apelo a todos os países do mundo, e aos que ainda não o fizeram, a concretizar esse reconhecimento”. ´

O presidente palestiniano também anunciou que “o Estado da Palestina foi eleito para presidir em 2019 ao Grupo dos 77 e a China” na ONU, recebendo fortes aplausos na sala.

Formado na origem para favorecer os interesses económicos dos seus membros, esta coligação de Estados em desenvolvimento, que mantém a designação de Grupo dos 77 apesar dos 134 que atualmente congrega, tornou-se numa força de negociação na ONU.

Lusa

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