Sebastien Loeb tem uma visão muito própria sobre o que o espera na sua estreia no Rali Dakar, no próximo mês de Janeiro.
Após uma saída controversa da Citroën e do WTCC, o francês encara com muito realismo o desafio que vai ter pela frente na mais importante prova do todo-o-terreno mundial.
Loeb considera que no Peugeot 2008 DKR tudo vai ser uma grande novidade, até porque a prova sul-americana pouco tem a ver com a incursão que fez na famosa rampa de Pikes Peak, que aprendeu “pelo coração”.
“No passado interiorizei o percurso de alguns ralis, sobretudo aqueles que tinham uma paisagem variada. Orientei-me utilizando algumas referências, como árbores, postes ou ros. Tive sempre senti facilidades com isso. É um princípio”, considera o francês.
Mas Sebastien Loeb também recorda algumas dificuldades que encontradas no WRC: “Numa etapa noturna do País de Gales tive problemas com os faróis. Um estava virado para o céu e o outro para o lado. Chovia e havia nevoeiro. Era horrível. É por isso que terminei essa especial no escuro”.
“Às vezes mais vale não ter luz do que uma má luz. O luar era o suficiente para distinguir a berma da estrada, e vagamente completei o resto do percurso memorizando-o. As instruções do meu navegador permitiram-me verificar com exatidão as imagens projetadas na minha mente”, recorda o piloto alsaciano.
Se a presença de Daniel Elena no banco da direita foi essencial no campeonato do mundo de ralis para Loeb, o francês tem a consciência de que no Dakar também vai fazer diferença o seu sexto sentido.
“Os esquiadores não se contentam em ver uma placa de gelo. Eles também as ouvem. O somo do gelo é diferente do produzido pela neve. Isso passa-se da mesma forma comigo. Quando ouço algo que não correspondo ao que vejo ou ao que espero passo ao modo de alarme. A não ser que as instruções do meu co-piloto substituam o barulho dos esquis no gelo”, compara Sebastien Loeb.
Para o gaulês vai ser importante julgar bem as situações a bordo do Peugeot 2008 DKR: “Trata-se de ter um olhar mais longe, nunca perdendo de visa o entorno imediato. Um olho que procura o caminho enquanto o co-piloto anuncia vantagem os contornos do percurso mas sem poder descrever os detalhes da cada curva, pedra a pedra”.
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