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“A Rússia decidiu agir”, ignora a Ucrânia e manda avançar dezenas de camiões

ucrania slaviansk 210A Rússia cansou-se de esperar que a Ucrânia inspecione os camiões com ajuda humanitária e mandou avançar uma coluna com 70 veículos. Os camiões atravessaram a fronteira rumo a Lugansk e dispensando a escolta da Cruz Vermelho. “É uma invasão direta”, grita o regime ucraniano.

“A Rússia decidiu agir”. Como adiantou o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) russo, através de um comunicado, cerca de 70 camiões com (alegada) ajuda humanitária atravessaram a fronteira, sem controlo e escolta, e rumam na direção de Lugansk.

A decisão foi tomada após dias de espera, com a Ucrânia a exigir controlar toda a alegada “ajuda humanitária” enviada pela Rússia. Depois de inspecionados, os veículos são escoltados até aos destinos pela Cruz Vermelha. Porém, o Kremlin cansou-se de esperar.

“Todos os pretextos para atrasar a entrega de ajuda a zonas em situação de catástrofe humanitária foram afastados. A Rússia decidiu agir. A nossa coluna avançou em direção a Lugansk”, refere o comunicado do MNE.

A Ucrânia já condenou a “invasão direta”, por intermédio do diretor do SBU (os serviços de segurança), Valentin Nalivaïtchenko: “é uma invasão direta. Os veículos entraram no território sob a cobertura cínica da Cruz Vermelha”.

Uma acusação que foi de pronto negada pelo organismo humanitário através do Twitter: “A coluna de ajuda russa está a entrar na Ucrânia, mas não a estamos a escoltar devido à situação volátil”.

Apesar da “invasão”, a Ucrânia garantiu que não vai recorrer à força militar para bloquear os camiões, embora condene as “provocações” russa.

Uma posição já esperada, depois da Rússia atribuir “totalmente” à Ucrânia “a responsabilidade de possíveis consequências de provocações dirigidas contra a coluna”, numa ameaça pouco velada.

O incidente ocorre na véspera de vários encontros ao mais alto nível, entre amanhã e terça-feira, incluindo uma reunião entre os Presidentes da Ucrânia (Petro Poroshenko) e da Rússia (Vladimir Putin) e uma visita a Kiev da chanceler da Alemanha, Angela Merkel.

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