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A revolta contra a festa onde se queimou um gato vivo

A ‘Queima do Gato’ continua a dar que falar. Dois dias após a barbárie, várias associações incentivam à denúncia junto das autoridades e ao bloqueio dos e-mails de várias entidades, a começar pela Junta de Mourão, em Vila Flor. E, sim, a tortura do animal ocorreu em Portugal.

Nas festas populares em honra de São João, a freguesia de Mourão, em Vila Flor, mantém a tradição da ‘Queima do Gato’.

Sim: em Portugal, no ano de 2015, um gato é colocado num cântaro que fica no topo de um mastro, restando três opções ao felino: ou é cozido vivo, ou salta de uma altura potencialmente fatal, ou tenta ‘descer’ através das chamas.

Embora vários populares, como Aida Alves (citada pela Lusa), assegurem que “nunca morreu nenhum gato” com esta tradição, o vídeo de um gato em chamas – e que, segundo os mesmos populares, “está bem” – escandalizou todas as pessoas com um mínimo de respeito pela vida dos animais.

“Várias queixas” foram apresentadas, segundo a GNR de Vila Flor, e o Tribunal local já mandou abrir um inquérito.

Uma fonte do Comando de Braga da GNR, que a TVI citou como oficial, revelou que “vão ser feitas diligências no sentido de identificar os intervenientes” e “recolhidos vestígios”, pois “estamos perante um crime punível por lei”.

Refira-se que o vídeo foi disponibilizado pelo Grupo de Danças e Cantares de Vila Flor, que o removeu assim que o escândalo rebentou nas redes sociais.

Na parte do final do registo é visível como o gato está em chamas.

O Grupo Gato Urbanos, uma associação de defesa dos animais, foi um dos muitos movimentos que já anunciou a intenção de “levar à justiça” os “promotores, autores e participantes deste crime”, com o intuito de que “esta bárbara e vergonhosa prática não se repita mais”.

“O poste vai sendo queimado e à medida que as chamas envolvem o recipiente com o animal lá dentro ouvem-se os gritos lancinantes do animal em sofrimento atroz. Quando o poste arde, projeta-se no chão, sendo que o animal cai de uma altura superior de três metros, fechado no recipiente a arder, recipiente esse que se estilhaça no chão”, descreveu o grupo.

A associação ANIMAL e o Movimento Internacional em Defesa dos Animais (MIDAS) também já terão apresentado queixa junto das autoridades.

Já o movimento Unidos Contra as Touradas apelou, através do Facebook, para que “entupam o e-mail da Junta de Freguesia de Mourão a condenarem este ato horrível, em pleno século XXI”, divulgando os endereços eletrónicos da Junta, do Tribunal local, da Câmara de Vila Flor e de outras entidades, como GNR, SEPNA e DGAV.

Já Aida Alves, a residente em Mourão citada pela Lusa, acrescentou que “há três ou quatro anos que é” usado “o mesmo gato”, o qual “queimou uma bocadinho o pelo”.

“A dona foi buscá-lo, tratou-o e está bem. Está aí bem bonito, podem vir ver. Já cá veio a Guarda e já o viu”, concluiu.

O vídeo que se segue contém imagens perturbadoras.

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