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A ‘receção’ do PSD ao primeiro-ministro. Duro, muito duro

Os deputados discutiram, nesta quarta-feira, o programa do Governo de António Costa. E bastaram as primeiras palavras do social-democrata Luís Montenegro para se entender o ambiente parlamentar, neste início de legislatura.

Num hemiciclo, vão conviver dois blocos, que desde logo receberam o ‘batismo’: de um lado, os “derrotados unidos”, segundo Luís Montenegro. Do outro, uma coligação de direita que se “fiou no tabu” – a incapacidade de união à esquerda – e “confiou na sorte”.

“Senhor primeiro-ministro, doutor António Costa, queria cumprimentá-lo nesta ocasião em que se senta pela terceira vez nessa bancada. Esteve aí com António Guterres e contribuiu para deixar o país num pântano. Esteve aí com José Sócrates, para deixar o país com a troika e num estado de pré-bancarrota. E está aí em 2015, depois de ter perdido as eleições, e vamos ver como vai deixar o país”.

A primeira intervenção de Luís Montenegro, naquele que foi o primeiro debate na Assembleia da República com o 21.º Governo Constitucional, bastou para se perceber o ambiente político que se vai viver no hemiciclo, provavelmente durante toda a legislatura.

Montenegro referiu-se à união das esquerdas com poucas palavras. “Os derrotados unidos”. E colocou todas as achas na fogueira, logo no começo da jornada parlamentar.

A resposta de António Costa não surpreendeu. Sabe-se que o chefe de Governo não quer alimentar o mesmo tom ríspido e manteve-se sereno.

“Na sua intervenção, colocou apenas uma questão relevante: porque não peço uma moção de confiança. Só precisa de pedir confiança quem não tem confiança. Lamento desiludi-lo”, disse o primeiro-ministro, que viajou pelo passado pós-eleitoral, uma vez mais.

“As bancadas que derrubaram o 20.º Governo encontraram uma solução que foi encontrar uma alternativa, esta que aqui está”, acrescentou, abordando, sem novidade, a questão do ‘muro’ derrubado à esquerda. “Vocês fiaram-se nesse tabu e confiaram na sorte”, atirou Costa.

Já Carlos César teve um voto curioso, a terminar a sua intervenção: “Força, senhor primeiro-ministro, viva o Governo de Portugal!”.

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