Categorias: Economia

A próxima crise petrolífera vem à boleia dos carros elétricos

Anunciados como os veículos do futuro, os carros elétricos poderão dar boleia à próxima crise petrolífera, com reflexos em toda a economia mundial, segundo alerta a agência Bloomberg.

Um estudo do Bloomberg New Energy Finance, um grupo de reflexão da poderosa agência económica, veio mostrar que o futuro dos carros elétricos poderá não ser tão brilhante como agora parece.

Em causa está a crise petrolífera que virá à boleia da vulgarização dos carros elétricos, que atualmente correspondem a um por cento dos veículos em circulação.

O petróleo barato é um pesadelo para a economia mundial, pois leva ao abrandamento das economias mais industrializadas, com a gigantesca China (a segunda maior economia mundial e em breve a primeira) à cabeça.

Os analistas da Bloomberg apresentam o problema de uma forma simples. A inovação tecnológica tem permitido baixar os custos de fabrico dos carros elétricos, que por estarem mais acessíveis ganham quota de mercado.

Só em Portugal, as vendas dispararam 274,7 por cento em 2015, mais do dobro da média europeia (109 por cento) e muito acima da média mundial (60 por cento).

Só que o aumento do número de carros elétricos na estrada leva à diminuição do número de veículos convencionais, movidos por derivados do petróleo. E, se a economia mundial tem demorado a recuperar nos últimos dois anos, é muito por causa do preço barato do petróleo.

As consequências para o setor energético são imprevisíveis, alerta o estudo da Bloomberg New Energy Finance.

A confimarem-se as previsões para 2040, um em cada quatro carros na estrada será elétrico. Parece pouco, mas implica um corte de 13 milhões de barris de petróleo por dia e a um aumento da procura de eletricidade que corresponde a oito por cento de toda a energia produzida no ano passado.

Nesse ano de 2040, com os preços a caírem como até agora (só os custos das baterias, em 2015, caíram 35 por cento), um veículo elétrico poderá chegar ao mercado por menos 20 mil euros: mais barato, por exemplo, do que o utilitário familiar Toyota Auris.

Ao ritmo atual, anteciparam os analistas, os efeitos desta mudança de hábitos será sentida já em 2023, quando forem precisos menos dois milhões de barris de petróleo por dia, exatamente a mesma quantidade que, ao ser produzida em excesso, provocou a crise petrolífera que vivemos desde 2014.

Uma crise de que Portugal é vítima: basta lembrar que um dos motivos para a lentidão da recuperação económica é o abrandamento das exportações, que se deve ao arrefecimento das economias para onde vendemos devido… ao petróleo barato.

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