Ontem foi dia de debate, o mais importante entre os líderes dos principais partidos que antecipa as legislativas de 4 de outubro. Haverá outro debate entre os dois candidatos, mas apenas pela rádio.
Depois de um início de pré-campanha algo morno e monótono, o líder do PS apareceu no grande debate que o opunha a Pedro Passos Coelho muito mais revigorado.
António Costa jogou sempre ao ataque, e não obstante algumas chamadas da governação de José Sócrates ao debate, acabou por sair vencedor, entregando Sócrates como ‘prenda’ a Passos Coelho.
Passos Coelho usou e abusou da ‘arma’ Sócrates e colou-se ao passado, fazendo sempre referência à governação do seu antecessor para justificar as políticas tomadas pela coligação, por si liderada. António Costa referiu mesmo que foi Passos quem mentiu aos portugueses, não cumprindo nenhuma das promessas a que se propunha a sua campanha.
Costa apresentou vários gráficos, onde demonstrou com números que o governo do PSD foi o que mais empobreceu o país nos últimos 20 anos, desde a governação do Guterres.
António Costa não se quis comprometer com números relativamente à prometida baixa das taxas moderadoras, por exemplo, ao dizer que, só depois de conhecer os dados reais, a que só o governo tem acesso, tomará as medidas.
E acaba, em jeito de brincadeira, de ‘devolver’ Sócrates a Passos Coelho, quando este, já na parte final do debate voltou a pegar no tema.
“Ele agora está em casa, se tem saudades marque um debate com o Sócrates”
António Costa ganhou claramente o debate e até vozes à direita, como Marcelo Rebelo de Sousa, não tiveram dúvidas em atribuir a vitória no debate ao candidato do PS. Passos jogou à defesa, usou e abusou do passado e do nome Sócrates, e isso não o favoreceu.
