Categorias: Nas Notícias

A peça “Pedro e o Capitão”, do uruguaio Mario Benedetti, regressa ao Teatro S. Luiz

Um prisioneiro e seu carcereiro são as personagens de “Pedro e o Capitão”, uma peça do uruguaio Mario Benedetti, que regressa na sexta-feira ao Teatro Municipal S. Luiz, em Lisboa, onde se estreou em junho de 2017.

A peça, encenada por Marta Carreiras e pelo ator Romeu Costa, versa sobre a tortura, uma “questão muito política e social, que continua a existir no mundo e que, infelizmente, pode acontecer em toda a parte”, como disse o encenador à agência Lusa na altura da estreia, na Sala Mário Viegas, palco onde agora volta.

A violência física fica, contudo, fora da ação, limitando-se a trama ao debate entre duas pessoas que estão em lados opostos da barricada, explicou na altura o encenador.

“Pedro e o Capitão” é um projeto no qual Romeu Costa e Marta Carreiras trabalharam desde 2015, e no qual apostaram muito na vertente vídeo.

O diálogo entre Pedro (Pedro Gil) e o capitão (Ivo Canelas) vive muito do que se passa em termos de ação física e do que é projetado na tela, acrescentou Romeu Costa.

Mais do que mostrar a desumanidade do torturador, Romeu Costa referiu que a peça pretende mostrar que qualquer das personagens acaba por ser vítima do sistema em que vive.

“E isso acontecia no passado como pode acontecer nos dias de hoje”, referiu o encenador nascido no mesmo ano (1979) em que o poeta e ensaísta uruguaio escreveu esta peça, quando se encontrava exilado em Cuba.

Se a tortura é o pano de fundo de “Pedro e o Capitão”, a manipulação psicológica e visual é quem estabelece as regras do jogo na ação.

Trata-se, assim, de um espetáculo que visa “explorar” os limites da comunicação cénica através das ferramentas do teatro e do cinema e na qual o jogo cénico é feito nestas duas dimensões, numa aposta que conjuga sempre o que se passa em palco com o que é projetado na tela, observou Romeu Costa.

“E apesar de ser uma peça sobre a violência da tortura (…) optámos por montá-la à maneira grega, acabando por fazer com que o espectador imagine a violência sem que tenha de assistir a ela”, indicou.

Estreada no S. Luiz na altura em que Lisboa foi Capital Ibero-americana de Cultura, “Pedro e o Capitão” é uma produção do S. Luiz Teatro Municipal e do Teatro Municipal Constantino Nery, de Matosinhos.

Com tradução de Romeu Costa, “Pedro e o Capitão” tem vídeo de João Gambino, música e espaço sonoro de Pedro Salvador e cenografia e figurinos de Marta Carreiras.

O espetáculo pode ser visto às terças, quartas, sextas-feiras e sábados, às 21:00, às quintas-feiras, às 20:00, e, aos domingos, às 17:30, até 10 de novembro.

Lusa

Partilhar
Publicado por
Lusa
Etiquetas: home

Artigos relacionados

Números do Euromilhões de hoje: Chave de sexta-feira, 26 de abril de 2024

Conheça os resultados do sorteio do Euromilhões. Veja os números do Euromilhões de 26 de…

há % dias

Alterações climáticas podem tornar-se na principal causa da perda de biodiversidade até 2050

De acordo com um estudo publicado hoje (sexta-feira, 26) na prestigiada revista Science, a biodiversidade global…

há % dias

Euro Dreams resultados: Chave do EuroDreams de quinta-feira

Euro Dreams Resultados Portugal: A mais recente chave do EuroDreams é revelada hoje. Conheça os…

há % dias

26 de abril, dia de recordar as vítimas de Chernobyl

A 26 de abril de 1986, na Ucrânia (então parte da União Soviética), dá-se o pior…

há % dias

UC coordena projeto europeu direcionado para agricultura digital

A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) está a coordenar um…

há % dias

24 de abril, os gregos entram em Troia escondidos no mítico Cavalo

O dia 24 de abril marca a entrada dos gregos em Troia: os troianos julgam…

há % dias