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“A pandemia dá lucro aos privados e ainda querem maximizar”, diz Ana Gomes

Os desenvolvimentos mais recentes no combate à pandemia de covid-19 mostraram que está em curso “um ataque dos privados ao SNS”, defendeu Ana Gomes.

A comentadora da SIC Notícias e candidata presidencial frisou, no comentário de ontem, que “todos os recursos são necessários” para combater a pandemia e acusou os privados de quererem tirar vantagem do momento para “desviar recursos” do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Temos assistido, na última semana, a um ataque claro ao SNS por parte dos privados, que acham que o SNS deve ser residual, para os pobrezinhos, e que todo o negócio deve ser reservado a eles. E o negócio é chorudo”, sustentou a antiga eurodeputado.

No entender de Ana Gomes, os privados estão a “chantagear o Estado para pagar mais”, de forma a “maximizar aquilo que já são quatro em 10 euros”.

“Só aceitavam fazer tratamento de doentes covid-19 pagos a preço de ouro pelo Estado, querendo mesmo que fossem pagos pelo Estado por doentes que não eram referenciados pelos serviços públicos, ainda agora tivemos testemunhos do Hospital de Penafiel”, reforçou.

A candidata presidencial garantiu que “a pandemia dá lucro aos privados”.

“O grupo Fosun é um dos que mais beneficiou dos 477 milhões em ajustes diretos a que o Governo recorreu para comprar os equipamentos que eram necessários. Trinta e oito ponto três por cento para o grupo Fosun, que está por trás da Luz Saúde, da Fidelidade e que tem ligações ao Partido Comunista Chinês”, exemplificou.

Foi com esse sentido de “chantagem” que Ana Gomes interpretou a recente carta aberta de seis bastonários (incluindo o atual) da Ordem dos Médicos, “a quem foi dado palco em Belém pelo senhor Presidente da República”.

“Vou só lembrar que foi aí [em Belém] que o bastonário da Ordem dos Advogados foi pregar um raspanete à ministra da Saúde”, acrescentou.

A comentadora e ex-eurodeputada voltou a defender uma requisição civil de profissionais de saúde “em caso de emergência”.

“Foi um mecanismo utilizado por diversos Governos de várias cores em diversos momentos, com transportadores aéreos, com estivadores, etc e não houve problemas”, lembrou, afirmando que os profissionais de saúde a requisitar ao privados seriam pagos “às tabelas do Estado e não às dos privados que querem maximizar o lucro à custa do SNS”.

“Se estivermos numa emergência, perguntem às pessoas se faz sentido requisitar aos privados. Não basta ter camas, é preciso ter pessoal e é aqui que estão os problemas”, finalizou Ana Gomes.

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