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“A palavra de ordem na televisão é chocar”, diz Júlio Isidro

O apresentador Júlio Isidro, uma das figuras mais respeitadas do meio audiovisual, lamentou os caminhos que a televisão portuguesa tem vindo a seguir nos últimos anos.

“Bem, ao nível da televisão, ouço e vejo coisas que pensava nunca ver. Tem acontecido porque se vive um tempo em que a palavra de ordem é chocar. Vamos chocar! Se chocarmos, chamamos a atenção das pessoas”, afirmou o rosto da RTP.

Aos 77 anos, Júlio Isidro sugeriu outra via: a sedução. A televisão deve cativar as pessoas em vez de as chocar, defendeu.

“Acho que podemos fazer com a sedução. Televisão é seduzir os espetadores. Desacordo com muitas coisas, mas nunca me ouvirão falar mal de alguém”, acrescentou.

É esta postura de não conflito que tem marcado a longa carreira do reputado apresentador, à mistura com algum “comodismo”, como o próprio confessou, em entrevista à TV Guia.

“Não omiti pensamentos ou limitei opiniões com medo de perder alguma coisa. Faço-o, sobretudo, por uma questão de comodismo. Odeio a discussão. Adoro o diálogo, mas odeio discutir, particularmente agora que temos as redes sociais como vazadouro de tudo o que há de pior”, justificou-se.

Júlio Isidro é, ainda hoje, uma das grandes figuras da RTP, estação que celebra 64 anos de atividade a 7 de março. Apesar da idade, a RTP mantém-se “independente e experimentalista, sob o ponto de vista criativo”.

“A virtude da RTP é ser a grande senhora moderna que busca caminhos para o futuro. E o caminho não é a compra de concursos lá fora. Não me venham com a história de que a tecnologia resolve tudo. Se entra porcaria, só pode sair porcaria! As pessoas têm de ser criativas, arrojadas e diferentes”, finalizou Júlio Isidro.

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