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“A montanha vai parir um rato”, antecipa defesa de Ricardo Salgado

A defesa de Ricardo Salgado, arguido na Operação Marquês, insistiu que a acusação é composta por “suposições, presunções e conclusões genéricas”, antecipando que “a montanha vai parir um rato”.

O advogado Francisco Proença de Carvalho disse hoje acreditar na absolvição do ex-presidente do BES, acusado de 21 crimes, uma vez que na acusação “não constam, nem poderiam constar, factos e provas que permitam incriminar Ricardo Salgado”, mas “apenas muitas suposições, presunções e conclusões genéricas”.

A Operação Marquês, no entender da defesa do antigo ‘dono disto tudo’, serve apenas para “fazer justiça popular e não no tribunal”, com as fugas de informação “cirúrgicas” a terem como objetivo levar os arguidos “a serem esmagados pela opinião pública”.

“Ricardo Salgado é acusado neste processo só por ser quem é e pelo que representa”, acrescentou o advogado.

“É claramente mais provável a absolvição do que a condenação de Ricardo Salgado. A contraprova é esmagadora no sentido de que não poder ter havido corrupção, não uma escuta nem um documento que comprove”, sustentou.

Para indiciar o ex-banqueiro, o Ministério Público recorreu ao testemunho de Helder Bataglia (também arguido no processo), desvalorizado por Francisco Proença de Carvalho como sendo uma “prova sem qualquer valor”.

“Helder Bataglia nunca foi empregado, nem subordinado, nem fazia fretes a Ricardo Salgado, era sim um parceiro de negócios”, contrapôs.

“Ricardo Salgado não corrompeu ninguém, a acusação está morta. Tenho a profunda convicção de que ele vai ser absolvido neste processo”, finalizou o advogado.

Ricardo Salgado está acusado de 21 crimes de natureza económico-financeira, nomeadamente corrupção ativa de titular de cargo político, corrupção ativa, branqueamento de capitais, abuso de confiança, falsificação de documento e fraude fiscal qualificada.

No entender do Ministério Público, o ex-primeiro-ministro José Sócrates recebeu cerca de 34 milhões de euros a troco de favorecimentos a interesses de Ricardo Salgado no Grupo Espírito Santo e na Portugal Telecom, entre 2006 e 2015, bem como por garantir a concessão de financiamento da Caixa Geral de Depósitos ao empreendimento Vale do Lobo, no Algarve, e por favorecer negócios do Grupo Lena.

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