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“A maioria dos que vivem do rendimento mínimo são os primeiros a tomar pequenos almoços fora”

Paula Varandas, advogada, estava no programa Casa Feliz, da SIC, a comentar um caso de desacatos ocorridos num café do Cacém, na Área Metropolitana de Lisboa, quando aproveitou o contexto em que os acontecimentos se precipitaram no local para criticar o Estado e alguns dos seus apoios sociais.

Uma vez que, segundo relatos, os desacatos aconteceram com um grupo que passaria os dias no estabelecimento, a advogada questionou o que fazem as entidades do Estado relativamente a quem recebe apoios sociais e não produz para a economia do país.

“A maioria não quer. Vive do rendimento mínimo e está a andar. A maioria dos que vivem do rendimento mínimo são os primeiros que vão tomar os pequenos almoços fora”, atirou Paula Varandas, continuando com a sua opinião.

“Isto é assim. Isto é incentivar a nada fazer e a desestabilizar a sociedade”, lamentou a advogada, até porque surgiram relatos de que a vizinhança já se tinha queixado do ruído fora de horas no estabelecimento.

“Há pessoas que queriam dormir porque vão trabalhar no dia seguinte e é isto que, de certa forma, estamos a incentivar”, lamentou Paula Varandas.

Por conseguinte, a advogada desafiou o Estado a rever a forma como são encarados os momentos em que as pessoas recebem prestações sociais de apoio em situações de fragilidade financeira.

“Há casos de que por mais que exista o incentivo de vamos trabalhar, vamos produzir, é mais cómodo de estar numa posição de ‘dolce far niente’ (tradução: O doce fazer nada) do que trabalhar. ‘Então se o Estado me paga durante 18 meses eu estou aqui porreiro!'”, salientou, esperando que as coisas possam mudar neste contexto.

“Isto é uma política que tem de mudar. Obrigá-los a trabalhar, obrigar as pessoas a produzir”, concluiu Paula Varandas.

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