O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, terá informado o Banco Central Europeu, o Fundo Monetário Internacional e a Comissão Europeia de que Portugal quer regressar aos mercados pelo próprio pé, ‘à irlandesa’. De acordo com o Diário Económico, o Governo aposta numa saída limpa do programa de ajustamento, tal como aconteceu com a Irlanda.
Em ano de eleições europeias e antes das legislativas de 2015, Passos Coelho estará preocupado com o impacto que uma nova assistência poderá provocar. Segundo o mesmo jornal, o primeiro-ministro receia que os portugueses não saibam distinguir um programa cautelar de um segundo resgate.
A vontade do Governo poderá esbarrar na determinação da troika, que considera o programa cautelar a melhor hipótese para Portugal regressar aos mercados. Ainda segundo o Económico, as reuniões da próxima semana, quando os peritos regressarem ao país para nova avaliação ao resgate em curso, deverão servir para a troika trazer um novo plano de reformas, alegadamente para demonstrar aos investidores que é possível manter o ajustamento com um menor rigor orçamental.
A decisão do Governo em apostar numa saída ‘à irlandesa’ baseia-se na tendência de descida das taxas de juro da dívida portuguesa no mercado secundário. A mais recente emissão de dívida, realizada ontem, fez a taxa descer ao nível mais baixo desde que a troika veio resgatar Portugal.
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