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A invenção que pode ajudar a mudar o mundo

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Quantas vezes não deu já por si a pensar no jeito que não dava se algumas invenções já existissem e estivessem ao alcance de todos nós? Pois a crónica desta semana é dedicada a um novo produto que pode muito bem revolucionar o nosso dia-a-dia. Não acredita? Então responda-me à seguinte pergunta: não seria de génio se houvesse alguma forma de retirar do fundo daquela embalagem/frasco (seja qual for o produto, é indiferente) o resto de produto que sobrou e do qual nunca faz uso? Claro que sim. Aliás, já todos nós tivemos semelhante pensamento (seja com o ketchup, a pasta de dentes ou qualquer outro produto). Pois tenho a dizer-lhe, caro leitor, que os dias em que deita fora um tubo de pasta de dentes sem ter utilizado todo o seu conteúdo estão muito perto de acabar. E tudo graças ao Liquiglide!

Mas sejamos específicos sobre esta nova invenção. Uma equipa de 20 engenheiros mecânicos e especialistas em nanotecnologia liderada pelo estudante Dave Smith, estudante do Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT), criou um novo revestimento que permite poupar um milhão de toneladas de comida! Sim, leu bem: um milhão de toneladas de comida! Este revestimento é altamente escorregadio, não tóxico e apropriado para estar em contacto com qualquer tipo de superfície e alimentos, como por exemplo frascos de ketchup, mostarda ou maioneses, champôs, loções ou condimentos. A lista de utilização é gigantesca como deve imaginar.

Ou seja, na prática, é uma forma de aproveitar todo o produto que pagámos. Assim, as embalagens, revestidas no seu interior com o Liquiglide, fariam com que os seus conteúdos fossem aproveitados ao máximo, por mais espessos que fossem. Uma ideia inicialmente pensada para os frascos de ketchup, mas que entretanto alargou o horizonte, já que a empresa estima que desperdiçamos entre 7 a 16% do conteúdo de uma garrafa de detergente! E quem diz detergente diz qualquer outro produto acima mencionado, obviamente.

Vamos então proceder à análise dos pontos positivos e dos pontos negativos deste produto.

Primeiro: se pensarmos bem esta invenção não é assim tão espectacular quanto isso. Experimentem comparar este produto com praticamente qualquer outra invenção e vão perceber que parece bastante banal, dado que na prática é apenas um líquido que faz com que os produtos escorram pela embalagem/frasco abaixo.

{loadposition inline}Por outro lado não nos podemos esquecer do perigo que este produto pode representar para a saúde humana! Sim, eu sei que os responsáveis pela invenção afirmam que o Liquiglide é não tóxico. Mas quantas vezes não se veio mais tarde a provar que afinal os estudos estavam errados? E se aquilo que agora parece uma excelente ideia não se torna uma potencial ameaça para a saúde pública? Por agora tudo isto é apenas especulação, obviamente, mas sempre ouvi dizer que é melhor prevenir do que remediar e como tal eu confesso que tenho algumas reservas quanto a este produto.

Mas é importante ter também noção do potencial desta ideia. Sim, porque partindo do principio que tudo isto funciona mesmo (e que não tem implicações para a saúde pública) quem fica a ganhar somos todos nós, consumidores. Porque até aqui éramos claramente roubados! Sim, roubados! Roubados porque pagamos um determinado valor pela totalidade do produto mas acabamos por não o consumir até ao fim. Atenção que 7% a 16% de qualquer produto pode parecer pouco mas tendo em conta o que consumimos ao longo de um ano, por exemplo, percebemos a real dimensão do que estamos a pagar mas não a consumir.

Mas a mais importante de todas as razões para recebermos com entusiasmo esta invenção da equipa liderada por Dave Smith é a poupança de alimentos que vai gerar. Lembram-se do número apontado acima? Exactamente: um milhão de toneladas de comida! Já pararam para pensar quantas famílias podem ser alimentadas com tamanha quantidade de comida? Se todos estes alimentos que agora vão passar a ser aproveitados fossem reencaminhados para quem mais precisa, certamente que milhares de famílias poderiam viver mais condignamente!

O tempo encarregar-se-á de demonstrar se estamos perante uma invenção de génio ou apenas mais um “falso alarme”.

Antes de terminar este artigo é necessário proceder a duas notas muito importantes. A primeira é que este produto estará disponível a partir do próximo verão (sendo que não consegui apurar se este lançamento será a nível mundial ou com especial incidência em alguns mercados-chave). A segunda nota é que não existe, da minha parte, qualquer intenção em fazer promoção ao produto ou à marca adjacente. Este é um artigo sério, justo e imparcial (caso contrário não teria apontado pontos negativos) que tem apenas como objectivo dar a conhecer, e analisar, esta nova descoberta.

Boa semana.

Boas leituras.

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