Ciência

A fruta deste pomar solidário da FMUP vai ajudar as famílias carenciadas

ameixieira

É muita fruta: e também ervas aromáticas. Tudo o que a terra der num campo da Faculdade de Medicina, no Porto, vai servir para alimentar famílias carenciadas. É no terreno de 6200 metros quadrados que cresce o Pomar Solidário, graças ao “envolvimento de toda a gente”.

A comunidade quer, as pessoas sonham, a obra nasce. Num terreno que pertence à Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), com 6200 metros quadrados, está agora a crescer o Pomar Solidário.

Tudo o que a terra der servirá para satisfazer as necessidades alimentares de pessoas carenciadas.

Este projeto “muito comunitário”, que pretende o “envolvimento de toda a gente”, surgiu para promover a educação global, a humanização, a responsabilidade social e sobretudo para “quebrar a solidão”, como explicou Amélia Ferreira, mentora do projeto Pomar Solidário.

A também diretora da Faculdade de Medicina do Porto acrescentou, em declarações à Lusa, que através dos hábitos de cultivar um espaço será possível terminar com “essa solidão” entre pessoas que passam a estar próximas e que constitui “um dos aspetos que as instituições de saúde têm de cuidar”.

Isto significa que cuidar das árvores fruteiras, das aboboreiras e das ervas aromáticas ajuda a desenvolver uma ligação entre as pessoas carenciadas e os futuros médicos (que tiram o curso na FMUP), a promover uma cidadania ativa e compatível com a melhoria do bem-estar das pessoas desfavorecidas, a melhorar a qualidade de vida e a apoiar bons hábitos alimentares e boas práticas agrícolas.

O Pomar Solidário vai ser gerido por equipas de voluntários constituídas por estudantes de Medicina, utentes e técnicos do Serviço de Psiquiatria do Centro Hospitalar do São João e por utentes e técnicos da associação da Abraço.

Todos estes envolvidos podem ainda contar com o apoio dos jardineiros do Hospital de São João e da Câmara Municipal do Porto.

Com um investimento “a rondar os 35 mil euros”, o projeto teve um apoio especial do Centro Hospitalar de São João e da Abraço, enquanto a “operação intensiva de jardinagem” foi assegurada pela Câmara do Porto, entidade que também providenciou o projeto paisagista, de acordo com o comunicado da FMUP.

O pomar vai ter 33 árvores de fruto, 40 plantas de maracujás, aboboreiras, espinafres, feijões e ervas aromáticas.

“Este projeto resume-se a igualdade”, salientou Cristinas Sousa, da associação Abraço: para além de ser bom em “termos de subsistência”, por fornecer os produtos gratuitamente a famílias carenciadas, coloca esses utentes a trabalhar “com os futuros profissionais de saúde”.

“Vai humanizar ainda mais os futuros profissionais de saúde e, por outro lado, o utente sente-se incluído, porque o projeto engloba muitas pessoas e isso faz sentir bem”, concluiu.

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