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A alma mater da democracia

ar2ar 600A vida pública precisa de uma mudança de mentalidade radical, em que impere a educação, princípios, ética, honra, carácter, compromisso e responsabilização pelos seus actos. Separar, de uma vez por todas, os interesses da política.

Entender o exercício de um cargo público como serviço público, algo de passagem e não para toda a vida. Não confundir erário público com erário pessoal.

Os desvarios que se verificam, ao longo dos anos, em funções públicas são um atropelo à verdadeira política. O que se passa no nosso país é o exercício de uma falsa política.

É necessário o retorno da verdadeira política e verdadeiros líderes pela negociação e pelo pacto como modo permanente e busca incessante, e não, resignadamente suportado, na resolução de problemas e desacordos.

Tem que haver o predomínio do diálogo, do respeito mútuo como estilo na política.

Com tanta informação demoscópica como agora existe sobre variados assuntos e ao dispor de todos nós, é inexplicável que os partidos continuem a ouvir unicamente os seus quadros e militantes e apenas se esforcem em ouvir em quem vota neles.

Daí, mais uma razão para o enfado dos portugueses. Todos os partidos dizem que lhe vão pôr cobro e vão mudar mas não o fazem na realidade.

Não parece plausível haver remédio. A prolongada surdia dos partidos que aqui e ali parecem corrigir não chega para alterar o que as pessoas pensam dos partidos.

Há uma tendência para fugir da política. A legitimidade dos sufrágios nem sempre pode ser argumento para tomar decisões unilaterais.

Há vantagens em ser militante de um partido, por tudo o que dá acesso ao poder, mas ao mesmo tempo há todas as vantagens de não o ser.

A alma mater da democracia são os partidos políticos mas também deveria ser a busca de alternativas, alternância e o acesso ao poder de independentes.

A democracia tem singularidades interessantes, fala-se muito em igualdade de oportunidades mas depois o acesso de quase tudo que é Estado é feito pelo entourage dos partidos.

A sociedade civil reclama uma maior participação na vida pública, para além do voto, mas os partidos teimam em ter uma actuação à parte.  

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