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82% das crianças angolanas dos 2 aos 5 anos continuam vulneráveis à malária

Mais de 80 por cento das crianças angolanas entre os dois e os cinco anos não tem acesso a tratamentos de prevenção da malária, a principal causa de morte no país, segundo um estudo divulgado hoje.

O “Relatório sobre a Pobreza Infantil em Angola – Uma Análise Multidimensional”, apresentado hoje, em Luanda, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) de Angola indica ainda que 59,2 por cento das crianças entre os 24 e 59 meses estão privadas do saneamento e 54,3 por cento de acesso a água potável.

O estudo, apresentado em cerimónia presidida pelo secretário de Estado para o Planeamento de Angola, Manuel da Costa, e que decorreu no auditório do INE, revela ainda que 75 por cento das crianças angolanas naquela faixa etária não tem acesso a condições mínimas de habitação.

Nutrição, saúde, proteção social, prevenção da malária, educação, acesso à água e saneamento, segundo o INE foram as dimensões utilizadas para elaboração do estudo baseado em dados estatísticos do Inquérito de Indicadores Múltiplos de Saúde 2015-2016 e no sistema MODA (Multiple Overlapping Deprivation Analysis – Análise de Privações Múltiplas Sobrepostas).

Em relação à malária, observa o relatório, elaborado com o apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e financiado da União Europeia (UE), quatro em cada cinco crianças não usa rede mosquiteira tratada com inseticida para dormir.

De acordo com o relatório, 68 por cento das crianças naquela faixa etária não têm certidão de nascimento.

“Em Angola, estar registado não é suficiente para se ter acesso a todos os direitos associados ao estatuto de cidadão, como ter uma identidade jurídica, estudar, matricular-se na escola ou ser vacinado (…)”, adianta o estudo.

Os dados mostram que as privações das crianças angolanas nas áreas analisadas se encontram em situação comparável à de países como a Etiópia e a República Democrática do Congo.

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